Etiópia. Relatos de detenções com base em etnias preocupam comunidade internacional

por Lusa

Os Estados Unidos da América e vários aliados expressaram hoje a sua preocupação com relatos de detenções com base em etnias na Etiópia, e reiteraram os seus apelos a um diálogo para se solucionar o conflito interno etíope.

"Nós: Austrália, Canadá, Dinamarca, Países Baixps, Reino Unido e Estados Unidos, estamos profundamente preocupados com as recentes notícias de que o Estado etíope deteve um grande número de cidadãos com base na sua etnia e sem qualquer acusação", anunciaram os países.

A declaração conjunta citou relatórios da Amnistia Internacional e da Comissão Etíope dos Direitos Humanos sobre detenções em larga escala de cidadãos da região do Tigray, incluindo "padres ortodoxos, idosos e mães com os seus filhos".

"Muitos destes atos são suscetíveis de constituir violações do direito internacional e devem cessar imediatamente", exigiram os países signatários, reiterando a sua "grande preocupação com os abusos e violações dos direitos humanos, tais como os que envolvem violência sexual relacionada com o conflito".

Os Estados Unidos e os seus aliados apelam a "todas as partes a aproveitarem a oportunidade para negociar um cessar-fogo duradouro sem condições prévias".

"É evidente que não existe uma solução militar para este conflito", declararam os países signatários.

De acordo com as Nações Unidas (ONU), a guerra na Etiópia já deixou vários milhares de mortos, mais de dois milhões de deslocados e centenas de milhares de pessoas em condições de quase fome desde que o conflito eclodiu em novembro de 2020.

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, enviou tropas para a região mais a norte de Tigray, em novembro de 2020, para derrubar a Frente Popular de Libertação do Povo de Tigray (TPLF), no que disse ser uma resposta aos ataques dos rebeldes aos campos do exército.

Os separatistas voltaram a tomar a maior parte de Tigray em junho, antes de se mudarem para as regiões vizinhas de Amhara e Afar. O conflito tomou um novo rumo há um mês quando a TPLF alegou ter capturado as cidades de Dessie e Kombolcha, numa altura em que os rebeldes ameaçam avançar sobre a capital, Adis Abeba.

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