EUA ameaçam sancionar quem venda armas ao Irão

por RTP
Mike Pompeo, secretário de Estado dos Estados Unidos, em 21 de setembro de 2020 Reuters

Teerão afirma que o embargo de venda de armamento imposto pelas Nações Unidas terminou. Mas Washington tem outra leitura e faz avisos.

Mike Pompeo, secretario de Estado dos Estados Unidos, emitiu um comunicado esta tarde a alertar contra essa eventualidade. O chefe da diplomacia norte-americana lembrou que tal comércio será sancionado sem hesitação.

Teerão afirmou sábado que o embargo que proibia a venda da armas e de equipamento militar pesado ao Irão, incluido no acordo de 2015 sobre o Programa Nuclear iraniano, tinha chegado ao fim pois, de acordo com o texto do tratado, deveria expirar dia 18 de outubro.

A Administração Trump denunciou contudo o acordo de 2015 e tem por isso uma leitura diferente.

"Os Estados Unidos estão prontos a utilizar as suas autoridades nacionais para sancionar qualquer indivíduo ou entidade que contribua de forma material para o fornecimento, venda e transferências de armas convencionais ao Irão", garantiu Mike Pompeo, em comunicado.

Como refere a jornalista da Antena 1, Alexandra Sofia Costa, há contudo outros jogadores no tabuleiro internacional interessados no mercado iraniano.

Moscovo confirmou em setembro a sua vontade de desenvolver a sua cooperação em matéria militar com Teerão após o levantamento do embargo. De lembrar que Rússia e Irão são aliados da guerra da Síria e na aproximação à Turquia, contra a influência regional da Arábia Saudita e das monarquias do Golfo.

A China, em plena guerra comercial e tecnológica com os Estados unidos, pelo controlo da Economia mundial, também não esconde a sua intenção de vender armas ao Irão a partir deste domingo.
Estratégia em perigo
Os Estados Unidos fracassaram ao longo de três anos nas suas tentativas para levar o Conselho de Segurança das Nações Unidas a prolongar o embargo e as sanções económicas contra Teerão. Agora, prometem agir.

"Nos últimos 10 anos, os países abstiveram-se de vender armas ao Irão, em virtude das diferentes medidas da ONU. Não importa qual o país que vá contra esta poribição, irá escolher claramente alimentar os conflitos e as tensões em vez de promover a paz e a segurança", considerou Pompeo este domingo.

"Todos os países que desejam a paz e a estabilidade do Médio Oriente e apoiam a luta contra o terrorismo, deveriam abster-se de participar no comércio de armamento com o Irão", acrescentou.

A Administração Trump tem estado a trabalhar estreitamente com Israel para isolar o Irão na cena regional, aproximando antigos inimigos, árabes e judeus. Emirados Árabes Unidos e Bahrein assinaram este verão um acordo de relações bilaterais com Israel.

Os EAU já inciaram a normalização dos contactos, incluindo a abertura de espaços aéreos a voos comerciais e ligações diretas entre as respectivas capitais.

Este domingo, foi a vez dos Governos do Bahrein, de Israel e dos EUA, festejarem o primeiro voo comercial entre Jerusalém e Manama, que transportou uma delegação israelita para assinalar o início das relações diplomáticas entre os dois países do Médior Oriente.


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