EUA dão luz verde ao envio de F-16 da Dinamarca e Países Baixos para a Ucrânia

Os Estados Unidos aprovaram o envio de caças F-16 da Dinamarca e dos Países Baixos para a Ucrânia para se defender contra invasores russos assim que o treino de pilotos for concluído.

Cristina Sambado -RTP /
Piroschka van de Wouw - Reuters

Washington deu garantias oficiais à Dinamarca e aos Países Baixos de que vai acelerar a aprovação dos pedidos de transferência de F-16 para a Ucrânia quando os pilotos forem treinados, avança a Reuters que cita um funcionário norte-americano.Os caças F-16 são um dos pedidos recorrentes do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para uma contraofensiva já em curso para expulsar as forças russas das zonas ocupadas no leste e no sul da Ucrânia.

"Congratulamo-nos com a decisão de Washington de abrir caminho para o envio de caças F-16 para a Ucrânia", escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros neerlandês, Wopke Hoekstra, na plataforma de mensagens X, anteriormente conhecida como Twitter.

"Agora, vamos continuar a discutir o assunto com os nossos parceiros europeus".

A Dinamarca também frisou que o fornecimento dos caças à Ucrânia seria agora discutido.

"O governo já disse várias vezes que uma doação é um próximo passo natural após o treino. Estamos a discutir o assunto com os nossos aliados mais próximos e espero que em breve possamos ser mais concretos", sublinhou o ministro dinamarquês da Defesa, Jakob Ellemann-Jensen, à agência noticiosa Ritzau, esta sexta-feira.Uma coligação de 11 países deveria começar a treinar pilotos ucranianos para pilotar os caças F-16 este mês na Dinamarca.

O ministro da Defesa em exercício da Dinamarca, Troels Poulsen, tinha afirmado em julho que o país esperava ver "resultados" da formação no início de 2024.

O primeiro-ministro, Mark Rutte, afirmou em maio que os Países Baixos estavam a considerar seriamente a possibilidade de fornecer F-16 à Ucrânia, uma vez que o país está atualmente a retirar gradualmente os caças das suas próprias forças armadas.A Dinamarca e os Países Baixos, membros da NATO, têm liderado os esforços internacionais para formar pilotos, bem como pessoal de apoio, manter os aviões e, em última análise, permitir que a Ucrânia obtenha F-16 para utilizar na sua guerra contra a Rússia.

Segundo dados do Ministério da Defesa dos Países Baixos, o país têm atualmente 24 F-16 operacionais, que serão retirados em meados de 2024. Estão atualmente disponíveis para venda outros 18 caças, 12 dos quais já foram vendidos.

O Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken enviou cartas aos seus homólogos assegurando-lhes que os pedidos seriam aprovados, acrescentou o funcionário dos EUA.

"Estou a escrever para expressar o total apoio dos Estados Unidos à transferência de aviões de combate F-16 para a Ucrânia e ao treino de pilotos ucranianos por instrutores qualificados de F-16", escreveu Blinken na missiva aos homólogos.

Blinken acrescentou: "Continua a ser fundamental que a Ucrânia seja capaz de se defender contra a agressão russa em curso e a violação da sua soberania".

Os caças F-16 são fabricados pela norte-americana Lockheed Martin.

A aprovação dos pedidos vai permitir à Ucrânia tirar "pleno partido das suas novas capacidades assim que o primeiro grupo de pilotos concluísse a sua formação".

O presidente dos EUA, Joe Biden, aprovou em maio programas de formação para pilotos ucranianos de F-16. Para além da formação na Dinamarca, será criado um centro de formação na Roménia.

Kiev não poderá operar caças F-16 construídos nos EUA no próximo outono e inverno, revelou na quarta-feira o porta-voz das forças aéreas ucranianas, Yuriy Ihnat, à televisão ucraniana.

c/ agências
Tópicos
PUB