EUA e Canadá detetam balão espião. Washington afirma que é chinês

por RTP
Reuters

Os Estados Unidos e o Canadá detetaram um balão de vigilância a sobrevoar o espaço aéreo dos dois países, com Washington a afirmar estar muito seguro de que o aparelho é chinês.

As autoridades norte-americanas acrescentam que o objeto foi vigiado durante alguns dias, mas que decidiram não o abater por razões de segurança. Também o departamento de defesa nacional do Canadá revelou que tinha detetado um balão de vigilância que estava “a monitorizar um potencial acidente.

Oficiais norte-americanos revelaram que o balão tinha sobrevoado parte do Canadá a caminho de Montana onde se encontra um dos três campos de silos de mísseis nucleares dos EUA. O objeto sobrevoou pela primeira vez as ilhas Aleutas do Alasca através do Canadá antes de desaparecer sobre a cidade de Billings, no Estado de Montana.

O Pentágono afirmou que o Governo norte-americano continua a seguir o rasto do balão e indicou que este "atualmente viaja a uma altitude bem acima do tráfego aéreo comercial e não representa uma ameaça militar ou física para as pessoas em terra".

Acrescentou que tem sido reportada uma atividade semelhante com balões nos últimos anos, garantindo que os EUA tomaram medidas para assegurar que não foram recolhidas informações sensíveis.

O balão espião tem sido monitorizado por vários métodos, incluindo aviões tripulados e, mais recentemente tem sido rastreado a atravessar o Montana. Como precaução, os voos de e para o aeroporto de Billings Logan foram suspensos.

As autoridades canadianas já deixaram claro que não há perigo para a população. “As agências de inteligência estão a trabalhar com os parceiros americanos e continuam a tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar as informações sensíveis ao Canadá das ameaças de inteligência estrangeira”.

Segundo o Pentágono, “estes tipos de atividade foram observados anteriormente ao longo dos anos. Uma vez detetado o balão, o governo dos EUA agiu imediatamente para proteger a recolha de informações sensíveis”. O incidente acontece antes da visita à China do secretário de Estado norte-americano que vai decorrer este fim-de-semana, quando se acredita que Antony Blinken se vai encontrar com o presidente chinês Xi Jinping.

Os peritos militares afirmaram que o uso de balões de alta altitude poderá aumentar nos próximos anos. São mais baratos do que os satélites espiões, são difíceis de detetar por radar e de abater. Podem mudar as altitudes, usando computadores para calcular como usar os ventos que vão em diferentes camadas da atmosfera. Para além da vigilância, podem também transportar bombas, em tempos de conflito.

Em 2019, os militares norte-americanos usaram 25 balões experimentais de alta altitude movidos a energia solar para realizar testes de vigilância de ampla área em seis Estados dos EUA. Os balões estavam equipados com radares de alta tecnologia concebidos para rastrear simultaneamente muitos veículos individuais dia ou noite, através de qualquer tipo de tempo, e destinavam-se a ser utilizados para monitorizar o tráfico de droga e potenciais ameaças à segurança interna.

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