Mundo
EUA e Polónia acertam instalação de escudo anti-míssil
Estados Unidos e Polónia assinaram esta quarta-feira o protocolo que abre caminho à instalação de componentes de um escudo anti-míssil norte-americano em território polaco. Em Varsóvia, a secretária de Estado norte-americana afastou o cenário de uma “nova guerra fria”, apesar da crise no Cáucaso. Mas a Rússia promete uma resposta para lá dos "protestos diplomáticos".
O acordo recebeu a chancela da secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, e do ministro polaco dos Negócios Estrangeiros, Radoslaw Sikorski. O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, e o Presidente Lech Kaczynski marcaram também presença na cerimónia de assinatura.
“Este acordo vai estabelecer uma instalação de defesa aqui na Polónia que nos vai ajudar a lidar com as novas ameaças do século XXI, de mísseis de longo alcance de países como o Irão e a Coreia do Norte”, afirmou Rice após a assinatura do acordo.
Os componentes a instalar em solo polaco – dez plataformas de mísseis de intercepção - vão juntar-se a um sistema de radar na República Checa para formar o escudo global de defesa arquitectado pelo Pentágono.
Rússia opõe-se
O passo dado esta quarta-feira em Varsóvia vem agravar a tensão entre o Ocidente e a Rússia, alimentada nas últimas semanas pelo conflito no Cáucaso.
Moscovo encara os planos dos Estados Unidos para a instalação de componentes do seu escudo anti-míssil na Europa Central e de Leste como uma ameaça directa à segurança da Rússia. Na óptica do Kremlin, Washington e Varsóvia apressaram a assinatura do acordo em resposta às movimentações militares russas na Geórgia e na Ossétia do Sul.
"A Rússia, neste caso, terá de reagir e não apenas através de protestos diplomáticos", reagiu em comunicado o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros.
Na declaração do Governo russo, o escudo defensivo é descrito como "um dos instrumentos num conjunto muito perigoso de projectos militares americanos".
Os responsáveis polacos e norte-americanos rejeitam a leitura de Moscovo. E Condoleezza Rice vai ao ponto de sublinhar que “a guerra fria terminou”.
“Não creio que haja uma nova guerra fria. Estamos num período difícil, mas penso que não devemos exagerar o alcance das dificuldades”, sustentou a secretária de Estado norte-americana.
Na esteira da crise no Cáucaso, sucessivas sondagens realizadas na Polónia deixaram patente um apoio crescente ao projecto do escudo anti-míssil entre a opinião pública, a par da apreensão face à linha de acção da Rússia.
O acordo agora assinado terá ainda de ser votado pelo Parlamento polaco. Mas a aprovação afigura-se garantida, uma vez que o protocolo colhe o apoio da família política do Governo e do principal partido da Oposição.
Cooperação militar
O Executivo de Donald Tusk levou para a mesa das negociações com os Estados Unidos a exigência de uma cooperação militar mais ampla, em troca da autorização para a instalação dos componentes do sistema norte-americano.
Em Julho, as negociações pareciam estar num impasse. O acordo seria alcançado quase em simultâneo com o início das operações militares da Rússia no Cáucaso.
A Administração norte-americana aceitou equipar as forças militares polacas com uma bateria de mísseis Patriot.
“Este acordo vai estabelecer uma instalação de defesa aqui na Polónia que nos vai ajudar a lidar com as novas ameaças do século XXI, de mísseis de longo alcance de países como o Irão e a Coreia do Norte”, afirmou Rice após a assinatura do acordo.
Os componentes a instalar em solo polaco – dez plataformas de mísseis de intercepção - vão juntar-se a um sistema de radar na República Checa para formar o escudo global de defesa arquitectado pelo Pentágono.
Rússia opõe-se
O passo dado esta quarta-feira em Varsóvia vem agravar a tensão entre o Ocidente e a Rússia, alimentada nas últimas semanas pelo conflito no Cáucaso.
Moscovo encara os planos dos Estados Unidos para a instalação de componentes do seu escudo anti-míssil na Europa Central e de Leste como uma ameaça directa à segurança da Rússia. Na óptica do Kremlin, Washington e Varsóvia apressaram a assinatura do acordo em resposta às movimentações militares russas na Geórgia e na Ossétia do Sul.
"A Rússia, neste caso, terá de reagir e não apenas através de protestos diplomáticos", reagiu em comunicado o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros.
Na declaração do Governo russo, o escudo defensivo é descrito como "um dos instrumentos num conjunto muito perigoso de projectos militares americanos".
Os responsáveis polacos e norte-americanos rejeitam a leitura de Moscovo. E Condoleezza Rice vai ao ponto de sublinhar que “a guerra fria terminou”.
“Não creio que haja uma nova guerra fria. Estamos num período difícil, mas penso que não devemos exagerar o alcance das dificuldades”, sustentou a secretária de Estado norte-americana.
Na esteira da crise no Cáucaso, sucessivas sondagens realizadas na Polónia deixaram patente um apoio crescente ao projecto do escudo anti-míssil entre a opinião pública, a par da apreensão face à linha de acção da Rússia.
O acordo agora assinado terá ainda de ser votado pelo Parlamento polaco. Mas a aprovação afigura-se garantida, uma vez que o protocolo colhe o apoio da família política do Governo e do principal partido da Oposição.
Cooperação militar
O Executivo de Donald Tusk levou para a mesa das negociações com os Estados Unidos a exigência de uma cooperação militar mais ampla, em troca da autorização para a instalação dos componentes do sistema norte-americano.
Em Julho, as negociações pareciam estar num impasse. O acordo seria alcançado quase em simultâneo com o início das operações militares da Rússia no Cáucaso.
A Administração norte-americana aceitou equipar as forças militares polacas com uma bateria de mísseis Patriot.