EUA estimam que 60% da temporada de furacões no Atlântico seja mais intensa do que o normal

A Agência de Observação Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos estima que 60 por cento da próxima temporada de furacões no Oceano Atlântico deverá apresentar uma intensidade "acima do normal". Os meteorologistas deram a conhecer nesta quinta-feira as previsões para 2025 e apontam ainda que 30% deste período será "quase normal" e apenas dez por cento da temporada poderá ser "abaixo do normal".

RTP /
Serviço Nacional de Meteorologia da NOAA dos EUA

A cerca de dez dias do início da temporada de furacões na bacia do Atlântico, os meteorologistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA anunciaram a previsão de quantas tempestades tropicais e furacões se estima que existam este ano.
Atividade de furacões "acima do normal”
Os meteorologistas da NOAA preveem um total de tempestades entre 13 a 19 com ventos de 62 quilómetros por hora ou superiores.

Destes, entre 6 a 10 está previsto que se tornem furacões com ventos de 120 quilómetros por hora ou superiores, incluindo 3 a 5 grandes furacões de categoria 3, 4 ou 5 (5 é o máximo da escala) com ventos de 178 quilómetros por hora ou superiores. A NOAA afirma ter 70% de confiança nessas estimativas.

“A NOAA e o Serviço Nacional de Meteorologia estão a usar os modelos meteorológicos mais avançados e sistemas de rastreamento de furacões de ponta para fornecer aos americanos previsões e avisos de tempestades em tempo real”, declarou o secretário norte-americano do Comércio, Howard Lutnick. 

“Com essts modelos e ferramentas de previsão, nunca estivemos tão preparados para a temporada de furacões”, acrescentou.

Assim, a agência prevê que 60% da temporada de furacões seja "acima do normal" no que toca à intensidade e 30 por cento deve apresentar-se “quase normal”. Haverá ainda a hipótese de 10% do período se revelar “abaixo do normal”.
Fatores combinados

De acordo com os meteorologistas, há uma "confluência de fatores" que influenciam o número de tempestades que se materializam ao longo da temporada.

Os especialistas destacam que, em 2025, "é a fase neutra do ciclo El Ninõ - Southern Oscillation, ou ENSO, que muitas vezes desempenha um papel substancial na intensidade da atividade tropical no Atlântico".

Ou seja, temperaturas mais quentes do que a média dos oceanos e uma rápida variação na direção e/ou na velocidade do vento também podem levar a uma temporada mais ativa, disse a Agência. Os meteorologistas relembram que as "temperaturas quentes da superfície do mar podem "essencialmente atuar como combustível para tempestades".

A situação agrava-se com o "potencial de maior atividade de tempestade da Monção da África Ocidental", que é o sistema climático onde a maioria dos furacões do Atlântico Têm origem.

Oficialmente, a temporada de furacões na bacia do Atlântico vai de 10 de junho a 30 de novembro, com o pico de atividade ocorrendo normalmente entre meados de agosto e meados de outubro.

Em 2024, a agência federal previu um número acima da média de tempestades, com 8 a 13 furacões. Durante a temporada acabou resultar em 11 furacões, cinco dos quais se fortaleceram e se transformaram em grandes furacões. Batizados de Helene, Debby e Milton , estas foram algumas das tempestades que atingiram o continente provocando muitas mortes e estragos.

“Como testemunhámos no ano passado com inundações significativas no interior dos furacões Helene e Debby, os impactos dos furacões podem ir muito além das comunidades costeiras”, disse Laura Grimm, administradora interina da NOAA. 

“O trabalho da NOAA é fundamental para divulgar previsões e deixar avisos antecipados e precisos e fornecer os conhecimentos científicos necessários para salvar vidas e propriedades”, sublinhou Grimm.
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