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EUA. Governo proíbe exploração de petróleo e gás para proteger locais tribais

por Lusa
Liz Hampton - Reuters

Centenas de quilómetros quadrados no Novo México estarão interditados à exploração de petróleo e gás nos próximos 20 anos, por estarem nos arredores de um parque considerado sagrado pelas comunidades tribais, determinou esta sexta-feira o governo norte-americano.

A ordem lançada pela secretária do Interior, Deb Haaland, aplica-se a terras públicas e direitos minerais associados dentro de um raio de 16 quilómetros do parque, mas não se aplicam a entidades privadas, estatais ou tribais.

Património Mundial, o Parque Histórico Nacional da Cultura do Chaco é considerado o centro do que já foi um eixo da civilização indígena.

Após extensos estudos e consultas, o plano colocou a Nação Navajo contra outras tribos da região perante as preocupações sobre impactos económicos e que os proprietários individuais de loteamentos Navajo possam ficar sem acesso ao mar, por restrições em terras públicas.

"Hoje [sexta-feira] marcou-se um passo importante no cumprimento dos compromissos do Presidente Biden com o país indígena, protegendo Chaco Canyon, um lugar sagrado que tem um significado profundo para os povos indígenas cujos ancestrais chamam este lugar de lar desde tempos imemoriais", frisou Haaland em comunicado.

Uma avaliação recente publicada pelo Departamento do Interior demonstrou que a decisão resultará na não perfuração de algumas dezenas de poços.

Membros da Nação Navajo defenderam, por sua vez, que milhões de dólares em receitas anuais de petróleo e gás beneficiam a tribo e os seus membros individuais.

A Nação Navajo concluiu, no seu próprio estudo no ano passado, que deveria ser protegida uma área menor devido aos impactos económicos que as restrições teriam sobre a tribo.

As autoridades norte-americanas referiram que o raio de 16 quilómetros ajudaria a proteger mais de 4.700 sítios arqueológicos conhecidos fora do Parque Histórico Nacional da Cultura do Chaco, enquanto um raio de 8 quilómetros abrangeria cerca de 2.800 dos sítios.

O Presidente Joe Biden propôs inicialmente a proibição em novembro de 2021 na Cimeira das Nações Tribais da Casa Branca.

Desde então, foram realizados encontros, sessões de planeamento e reuniões com especialistas em preservação histórica e outros.

Uma coligação de grupos ambientalistas e ativistas nativos americanos, que fez campanha pelas restrições, elogiou a ordem divulgada na sexta-feira, considerando um bom primeiro passo para proteger os locais culturais e a região da poluição e das alterações climáticas.

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