Economia
EUA. Greve dos trabalhadores do setor automóvel atinge a Ford, GM e Stellantis
Cerca de 13 mil trabalhadores do setor automóvel dos EUA entram em greve após as negociações contratuais terem fracassado com as três marcas gigantes norte-americanas de Detroit que tinham apresentaram lucros históricos. Pela primeira vez na história o protesto dos trabalhadores do sindicato United Auto Workers afeta os três fabricantes - Ford, General Motors e Stellantis - em simultâneo.
O sindicato United Auto Workers (UAW – União dos Trabalhadores do Setor Automóvel ) não chegou a acordo com a Ford, General Motors (GM) e Stellantis, depois de ter visto os lucros e os salários dos executivos dispararem.
Os três fabricantes de automóveis reportaram lucros históricos e o sindicato está a tentar recuperar muitos benefícios dos quais tinha sido forçado a abdicar há mais de uma década, quando as empresas estavam com falta de dinheiro e à beira da falência.
Os representantes das marcas de Detroit propuseram ao sindicato aumentos salariais de dois dígitos, mas isso não foi suficiente para atender às exigências dos negociadores sindicais. Em cima da mesa estavam a recuperação de salários, benefícios e proteção laboral para os associados.
O prazo para negociações sobre o novo contrato entre Ford, General Motors, Stellantis e o sindicato UAW expirou à meia-noite de quinta para sexta-feira, com as partes ainda a discordar sobre as novas prioridades contratuais dos trabalhadores.
A greve nas três gigantes de Detroit está a ser coordenada pelo presidente do UAW, Shawn Fain que afirma querer lançar uma série de protestos com o mote “stand up” limitados e direcionados para fechar fábricas de automóveis individuais nos Estados Unidos.
A paragem foi anunciada por Fein, às 23:00 de quinta-feira (3h da manhã em Lisboa). A acção começou à meia-noite numa fábrica da General Motors em Wentzville, Missouri, uma fábrica da Stellantis em Toledo, Ohio, e uma fábrica de montagem da Ford em Wayne, Michigan.
“Este é o nosso momento decisivo”, enfatizou Fain durante um emissão televisiva pouco antes da meia-noite de quinta
Acrescentou que não descartaria a ampliação das paragens para além das três marcas iniciais. “Se precisarmos fazer tudo, nós o faremos”, afirmou.
Reivindicações: 92 por cento de lucro dos três gigantes versus salários reduzidos 19,3%
O sindicato está a reivindicar um aumento salarial de 40 por cento, o fim dos níveis, onde alguns trabalhadores recebem salários mais baixos do que outros, e a restauração de concessões de contratos anteriores, como benefícios médicos para reformados, mais folgas remuneradas e direitos para trabalhadores afetados pelo encerramento de fábricas.
Os trabalhadores argumentam as exigências com os lucros revelados pelas três empresas.
Entre 2013 e 2022, a Ford, GM e Stellantis apresentaram ganhos de 92 por cento totalizando 250 mil milhões de dólares.
Durante esta década, os ordenados dos diretores executivos aumentaram 40 por cento e quase 66 mil milhões de dólares foram pagos em dividendos ou compras de ações aos acionistas.
Contabilizados estão também incentivos dirigidos à indústria automóvel para a transição para veículos elétricos.
Embora os dividendos financeiros da Ford, GM e Stellantis, os salários dos trabalhadores, por hora, tendo em conta a inflação desde 2008, cairam 19,3 por cento.
As empresas
A Ford reagiu em comunicado dizendo que as últimas propostas do UAW duplicariam os custos dos trabalhadores sindicalizados nos EUA.
Entre 2013 e 2022, a Ford, GM e Stellantis apresentaram ganhos de 92 por cento totalizando 250 mil milhões de dólares.
Durante esta década, os ordenados dos diretores executivos aumentaram 40 por cento e quase 66 mil milhões de dólares foram pagos em dividendos ou compras de ações aos acionistas.
Contabilizados estão também incentivos dirigidos à indústria automóvel para a transição para veículos elétricos.
Embora os dividendos financeiros da Ford, GM e Stellantis, os salários dos trabalhadores, por hora, tendo em conta a inflação desde 2008, cairam 19,3 por cento.
As empresas
A Ford reagiu em comunicado dizendo que as últimas propostas do UAW duplicariam os custos dos trabalhadores sindicalizados nos EUA.
Na CNBC na noite de quinta-feira, o CEO da Ford, Jim Farley, criticou o sindicato, alegando: “não há forma de sermos sustentáveis como empresa”, se forem cumpridas as exigências salariais do sindicato.
A GM e Stellantis ainda não comentaram a greve mas a CEO da GM, Mary Barra, escreveu aos funcionários sobre o andamento das negociações onde advertiu: “Lembrem-se: tivemos uma greve em 2019 e ninguém ganhou”.