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EUA. Maior diversidade étnica da população pode alterar relação de forças eleitoral
Os norte-americanos caucasianos são cada vez menos – 8,6 por cento na última década -, mas continuam a ser a maior etnia nos Estados Unidos. Em contrapartida, são cada vez mais aqueles que se identificam como multirraciais, sendo o crescimento populacional impulsionado por hispânicos e asiáticos. Os resultados dos Censos de 2020, agora divulgados, são determinantes para a redistribuição dos círculos eleitorais, que define o número de assentos nas assembleias estaduais e no Congresso para a próxima década.
Os norte-americanos caucasianos ou em combinação com outra etnia continuam a ser o maior grupo nos Estados Unidos, confirmou o gabinete de Censos, na apresentação dos resultados de 2020. Apesar de serem menos 8,6 por cento desde os Censos de 2010, a população branca não-hispânica representa 57,8 por cento dos norte-americanos. Este é o valor mais baixo de população caucasiana alguma vez registado pelos Censos nos Estados Unidos.
Mais de 204 milhões de pessoas identificam-se como “apenas brancos” e 235 milhões como “brancos ou em combinação com outro grupo racial”. A população multirracial com duas ou mais etnias ascendia a 33,8 milhões em 2020, quando em 2010 era de apenas nove milhões. O novo número representa um crescimento de 276 por cento.
As pessoas que se identificam como de “uma outra raça” ou combinado com outro grupo aumentaram 129 por cento, ultrapassando a população afro-americana ou negra enquanto segundo maior grupo racial. Em 2020, residiam nos Estados Unidos 62 milhões de latinos ou hispânicos, sendo este o grupo étnico preponderante no Estado da Califórnia. No Texas, a “população branca não-hispânica” representa 9,7 por cento do total.
Crescimento populacional mais baixo de sempre
Os dados do gabinete de Censos também confirmam a desaceleração do crescimento populacional nos Estados Unidos, no nível mais baixo de sempre com exceção da década de 1930. Mais de metade de todos os condados dos EUA perderam população de 2010 a 2020, disseram as autoridades que coordenaram a realização do Censo.
Pelo contrário, o número de pessoas a viver em áreas metropolitanas cresceu nove por cento entre 2010 e 2020, resultando num total de 86 por cento da população norte-americana a viver em cidades. Tal como nas últimas décadas, o maior crescimento registou-se no Sul e Oeste do que no Nordeste do país.
Os dados do gabinete de Censos também confirmam a desaceleração do crescimento populacional nos Estados Unidos, no nível mais baixo de sempre com exceção da década de 1930. Mais de metade de todos os condados dos EUA perderam população de 2010 a 2020, disseram as autoridades que coordenaram a realização do Censo.
Pelo contrário, o número de pessoas a viver em áreas metropolitanas cresceu nove por cento entre 2010 e 2020, resultando num total de 86 por cento da população norte-americana a viver em cidades. Tal como nas últimas décadas, o maior crescimento registou-se no Sul e Oeste do que no Nordeste do país.
Nova Iorque, Los Angeles, Chicago, Houston e Phoenix são as cinco maiores cidades dos EUA. A cidade de Phoenix cresceu mais rápido do que qualquer outra cidade entre as 10 primeiras, tendo ultrapassado Filadélfia.
As cidades que mais habitantes ganharam estão localizadas em áreas suburbanas, conforme indicam os dados. Buckeye, um subúrbio de Phoenix, lidera a lista de crescimento, com a sua população a aumentar em quase 80 por cento. The Villages, uma comunidade de aposentados na Flórida, é a área metropolitana que mais novos habitantes conquista nos Estados Unidos.
Que importância têm estes resultados?
A partir destes dados, que acabaram de ser divulgados, vai começar uma feroz batalha entre os partidos Democrata e Republicano pela redistribuição dos assentos nas assembleias estaduais e, principalmente, no Congresso. Isto acontece porque estes dados – que mostram quais os Estados mais e os menos populosos - são utilizados pelos Estados para redesenharem a redistribuição distrital na Câmara dos Representantes. É uma luta que se repete a cada 10 anos, após a divulgação dos resultados de cada censo.
Em abril, um relatório preliminar dava conta que os Estados do Texas, Flórida e Carolina do Norte - controlados por republicanos – vão ganhar cadeiras no Congresso no próximo ano por causa do aumento da população.
Por exemplo, o Texas pode ganhar dois novos representantes, enquanto Colorado, Florida, Montana, Carolina do Norte e Oregon terão, cada um, mais um congressista. Por outro lado, sete outros Estados – Califórnia, Illinois, Michigan, Nova Iorque, Ohio, Pensilvânia e West Virginia - devem ter menos um representante, na sequência das alterações da população.
Os novos círculos eleitorais devem entrar em vigor já nas eleições intercalares de 2022. No entanto, esta alteração integra-se num contexto mais amplo, no Sul e Oeste dos Estados Unidos, com 84 cadeiras a transitar para os Estados aí localizados desde 1940.
Os novos dados aumentam pressão sobre os democratas, que controlam a Câmara dos Representantes pela estreita margem de 218-212. O número de representantes continua inalterado desde 1913.
Os novos dados foram divulgados com meses de atraso, num processo que demorou mais tempo a concluir por causa do contexto de pandemia. O atraso obrigou mesmo alguns Estados a irem a tribunal para dilatarem os seus prazos de redistribuição de círculos eleitorais.