EUA pressionam Moscovo e Kiev a aceitar acordo de paz

por Lusa
A reunião do Conselho de Segurança da ONU não conseguiu o desejado consenso Sarah Yenesel - EPA

Os Estados Unidos pediram que a Rússia e Ucrânia aceitem a sua proposta de paz, numa reunião do Conselho de Segurança da ONU em que as duas nações se culparam mutuamente pela continuidade da guerra. 

O representante norte-americano, John Kelley, instou a Rússia e a Ucrânia a aceitarem a proposta de Washington e lembrou que o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump - que desempenha um papel de mediador cada vez mais desgastado -, pediu a Moscovo que interrompesse os ataques e "encerrasse imediatamente a guerra".

"Se ambos os lados estiverem prontos para acabar com a guerra, os EUA apoiarão totalmente o caminho para uma paz duradoura", acrescentou Kelley, num momento em que Trump tem expressado crescente frustração com a falta de um acordo antes dos seus primeiros 100 dias no cargo presidencial.

A vice-ministra dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Mariana Betsa, denunciou perante o Conselho de Segurança que Moscovo lançou 8.500 bombas contra o seu país desde março, quando os EUA propuseram um cessar-fogo total, e afirmou que o "ponto de partida" para a paz seria justamente essa trégua.

"Se a Rússia está tão determinada em parar a guerra, porque é que não iniciamos o cessar-fogo hoje, sem esperar até 8 de maio?" questionou Betsa, referindo-se à trégua unilateral de três dias declarada por Moscovo, para marcar o 80.º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial.

Por sua vez, o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, disse que a convocação da reunião do Conselho de Segurança pelos "patrocinadores europeus" de Kiev reflete o seu "medo de ficar de fora diante da nova administração dos EUA, que busca uma solução" para o conflito.

Nebenzya acusou Kiev de sabotar a moratória de 30 dias, "escalar o conflito e rejeitar propostas de paz equilibradas dos EUA", enquanto Moscovo continua a manter negociações sobre "os contornos do plano de paz".

Já a secretária-geral adjunta da ONU para os Assuntos Humanitários, Joyce Msuya, afirmou que, até ao momento, "não se passou um único dia neste ano sem que civis tenham sido mortos ou feridos em ataques".

 

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