EUA processados por limitar apoio jurídico a migrantes na "Alcatraz dos Jacarés"
Grupos de defesa dos direitos dos imigrantes apresentaram uma queixa na justiça, contra o governo dos Estados Unidos, pela falta de acesso a aconselhamento jurídico para os imigrantes detidos na "Alcatraz dos Jacarés".
Os autores da queixa apresentada na quarta-feira, que incluem imigrantes detidos e escritórios de advogados que representam imigrantes, alegam que os detidos carecem do devido processo legal.
Num comunicado que descreve a queixa, queixam-se também da impossibilidade de apresentar documentos para a libertação dos detidos, alegados imigrantes ilegais que aguardam deportação.
Os autores, representados pela União Americana pelas Liberdades Civis da Florida e pela Americans for Immigrant Justice ('Norte-Americanos pela Justiça para com os Imigrantes'), denunciam as condições do centro, com "temperaturas escaldantes, forte presença de mosquitos, inundações dentro das tendas e falta de acesso a água".
A queixa refere ainda recorrentes entupimentos nas sanitas e no esgoto, que obrigaram os reclusos "a desentupir as sanitas manualmente com as próprias mãos", bem como a alimentação inadequada "e a negação de direitos religiosos".
Inaugurado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 1 de julho, o centro de detenção foi construído em apenas oito dias no estado da Florida (sudeste).
O centro foi instalado numa pista de aterragem na região pantanosa dos Everglades, onde existem jacarés, cobras venenosas e outra fauna perigosa.
O nome Alcatraz remete para a antiga prisão ao largo da cidade de São Francisco, na Califórnia (sudoeste), num rochedo no mar, para onde foram durante décadas enviados alguns dos mais perigosos criminosos do país.