EUA reveem relações com Geórgia após aprovação de "lei russa"

por Lusa

Os Estados Unidos vão reavaliar a cooperação com a Geórgia após a adoção pelo parlamento georgiano de uma lei sobre "influência estrangeira", alvo de críticas e protesto maciços, disse o chefe da diplomacia norte-americana.

"Estou a lançar uma revisão abrangente da cooperação bilateral entre os Estados Unidos e a Geórgia", disse o secretário de Estado norte-americano, num comunicado divulgado na quinta-feira à noite.

Antony Blinken anunciou também restrições à emissão de vistos para permanecer nos Estados Unidos para pessoas consideradas responsáveis por "minar a democracia" na Geórgia, bem como os seus familiares.

"Ainda esperamos que os líderes georgianos reconsiderem o projeto de lei e tomem medidas para promover as aspirações democráticas e euro-atlânticas do seu país", sublinhou Blinken.

"Teremos em conta as ações da Geórgia para decidir as nossas", advertiu o governante.

Além da própria lei, Blinken alertou que "as táticas repressivas utilizadas para reprimir a dissidência legítima minam a democracia georgiana e as liberdades fundamentais a que o povo georgiano tem direito".

O anúncio surge um dia depois de o diplomata ter ameaçado a Geórgia com medidas retaliatórias pela adoção de uma lei que descreveu como tendo saído "diretamente do manual de Moscovo".

Apesar dos protestos maciços e das advertências da UE e de Washington, o parlamento georgiano aprovou um projeto de lei sobre "influência estrangeira" em 14 de maio, que, segundo os seus detratores, se inspirou na legislação russa que tem sido usada desde 2012 para reprimir a oposição.

A lei exige que qualquer organização não-governamental ou meio de comunicação social que receba mais de 20% do seu financiamento exterior se registe como uma "organização que prossegue os interesses de uma potência estrangeira" e se submeta ao controlo administrativo.

 

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