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EUA. Se "o mundo livre" não muda "a China comunista, a China vai mudar-nos"

por Alexandre Brito - RTP
Mike Pompeo em visita à Biblioteca Presidencial Richard Nixon Reuters

Num discurso inflamado, o secretário de Estado norte-americano afirmou que "a missão do nosso tempo" é mudar a China comunista. Mike Pompeo disse ainda que os aliados têm de encontrar formas "mais criativas e assertivas" de pressionar o Partido Comunista chinês. Em resposta, a partir de Pequim, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros pediu aos Estados Unidos para abandonarem a "mentalidade da Guerra Fria".

Num discurso na Biblioteca Nixon, em Yorba Linda, na Califórnia, o secretário de Estado norte-americano recordou as palavras do antigo presidente dos EUA que disse recear "ter criado um Frankenstein ao abrir o mundo ao Partido Comunista chinês".

Richard Nixon, que foi Presidente dos EUA entre 1969 e 1974, arrancou com o caminho para o estabelecimento de relações diplomáticas com a China. Chegou mesmo a realizar uma visita a Pequim em 1972.

As mais recentes declarações do secretário de Estado norte-americano revelam uma atitude clara e pública de pressão sobre a China, isto depois de ainda esta semana, de forma inesperada, ter mandado encerrar o consulado chinês em Houston.

Pompeo garantiu ainda que a capacidade militar chinesa está cada vez mais "forte e mais ameaçadora" pelo que a forma de actuação com o gigante asiático deverá ser de "desconfiança e verificação". Uma adaptação das palavras de Ronald Reagan sobre a Rússia, quando afirmou que a ligação com Moscovo deveria estar assente em "confiança mas verificação".

"A verdade é que as nossas políticas - e a das nações livres - reergueram a economia chinesa e verificamos agora que Pequim morde as mãos internacionais que a alimentaram, disse Mike Pompeo. "Nós, as nações amantes da liberdade devemos levar a China a mudar de forma mais criativa e assertiva, porque as ações de Pequim ameaçam os nosso povos e a nossa prosperidade".

Pompeo chegou mesmo a afirmar que talvez este seja o momento de criar um "novo grupo de nações que pensam da mesma foram, uma nova aliança de democracias". 

Porque, continuou, "se o mundo livre não mudar, a China comunista vai certamente mudar-nos". E acrescentou: "Garantir a nossa liberdade face ao Partido Comunista chinês é a missão do nosso tempo" e os EUA estão "em posição de liderar esse caminho".

Sobre esta nova aliança de democracias, Mike Pompeo referiu que no seio da NATO, um país, que não quis nomear, não mostrou vontade de alinhar na pressão sobre a China por causa de Hong Kong um vez que teme perder acesso ao mercado chinês.
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