EUA. Três agentes da polícia acusados da morte de criança de oito anos

por RTP
Evelyn Hockstein - Reuters

Três agentes policiais norte-americanos foram indiciados pela morte de Fanta Bility, uma criança de oito anos, em agosto de 2021. Por outro lado, foram retiradas as acusações anteriores contra os dois adolescentes que tinham sido incriminados pela morte da criança.

Fanta Bility foi morta a tiro a 27 de agosto de 2021 quando três agentes da polícia abriram fogo contra um carro que se encontrava próximo de um campo de futebol, na cidade de Filadélfia.

A polícia dirigiu-se ao local depois de terem sido ouvidos tiros a cerca de 42 metros de distância de onde se encontrava e começou a disparar contra um carro que seguia na sua direção, onde julgava que seguiam os suspeitos armados. Os três agentes da polícia dispararam 25 balas, atingindo quatro pessoas, entre elas Fanta Bility, de oito anos, e a sua irmã, de 12 anos. Fanta Bility acabaria por morrer.

Na altura, dois jovens de 16 e 18 anos foram identificados como os autores dos disparos iniciais e considerados responsáveis pela morte de Fanta Bility. Em novembro, os dois adolescentes foram acusados de homicídio em primeiro grau.

A acusação contra os dois jovens foi agora retirada e os três agentes foram acusados, na quarta-feira, da morte da criança. Sharon Hill Devon Smith, Sean Patrick Dolan e Brian James Devaney enfrentam acusações de homicídio culposo involuntário.

“Agora temos a certeza que os agentes não apenas dispararam, mas mataram Fanta Bility, assim como ainda feriram outros três jovens”, disse o procurador do município de Delaware, Jack Stollsteimer, à CBS News.

“Eles retaliaram contra o alvo errado, na direção errada e contra um grupo de pessoas. É por isso que eles estão a ser responsabilizados”, acrescentou Stollsteimer.

Para o procurador Tanner Rouse, os agentes agiram sob a “convicção errada de legítima defesa”, acabando por disparar contra o veículo. “Esta não é uma situação em que eles simplesmente abriram fogo com a intenção de prejudicar as pessoas contra as quais dispararam”, disse Rouse. “Havia uma convicção, embora fosse errada, de que tal era necessário”, explicou.

Os advogados dos três agentes policiais divulgaram uma declaração conjunta onde reiteram a inocência e lamentam todas as vítimas. “Esta é uma tragédia terrível que foi causada por criminosos armados e violentos que transformaram um jogo de futebol numa cena de crime em que uma criança inocente morreu e outras ficaram gravemente feridas”, lê-se no comunicado.
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