Europa aguarda até 15 de Outubro por uma solução ao "não" irlandês

A Europa vai ter mais algum tempo para analisar o “não” irlandês ao Tratado de Lisboa. O líderes europeus decidiram dar mais algum tempo para que seja analisada a situação e decidir como encontrar soluções para a crise provocada pelo resultado do referendo realizado na Irlanda.

RTP /
Os chefes de Estado e de Governo da Europa vão ter mais tempo para reflectirem sobre o entrave irlandês. Dirk Waem

Os líderes da União Europeia vão ter até ao próximo dia 15 de Outubro, dia de uma nova reunião, para analisarem e encontrarem soluções para a crise europeia que se instalou após os irlandeses terem votado “não” ao Tratado de Lisboa.

"O Concelho Europeu concordou que é preciso mais tempo para analisar a situação" e chegou a acordo para "voltar a esta questão quando se voltar a reunir a 15 de Outubro", são esta as conclusões da Cimeira de Bruxelas.

Os chefes de Estado e de Governo não avançaram muito em comentários à situação, o que mostra alguma prudência, preferindo realçar que neste momento são já 19 os Estados-membros que ratificaram o Tratado e que o processo de ratificação continua noutros países e que também esses o devem ratificar.

No decorrer desta Cimeira de Bruxelas foram vários os Estados-membros que mostraram vontade de aprovar um texto mais afirmativo sobre a necessidade de prosseguir o processo de ratificação, mas a República Checa recusou comprometer-se nesse sentido visto que o governo checo enfrenta uma forte oposição da parte dos chamados eurocépticos.

A cimeira de Bruxelas, que decorreu nos últimos dois dias, termina hoje tendo como tema principal a rejeição do Tratado de Lisboa pela Irlanda e a subida dos preços dos preços dos combustíveis e também dos alimentos.

No primeiro dia de trabalhos os 27 da Europa concordaram na necessidade de agir desde já para fazer face à subida dos preços mas, quanto ao Tratado, entenderam ser necessário dar tempo à Irlanda para tentar encontrar uma solução para superar o "não" no referendo.

Outra ideia forte saída desta cimeira foi a de que a ratificação do Tratado de Lisboa deve prosseguir nos sete Estados-membros que ainda não se pronunciaram, tendo mesmo o presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso, afirmado que seria "completamente inconcebível" que tal não acontecesse.

Relativamente aos preços dos combustíveis e alimentos, os 27 concordaram que está na altura de tomar medidas concretas, tendo estudado algumas propostas da Comissão Europeia, tendo o primeiro-ministro português, José Sócrates, defendido a necessidade de uma resposta conjunta, nomeadamente através da penalização dos especuladores e na busca de alternativas.

Recorde-se que esta Cimeira, que termina esta tarde, assinala igualmente o final da Presidência eslovena que no próximo dia 1 de Julho será substituída pela França.

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