Europa opõe-se à proibição total do comércio de marfim

por Cristina Sambado - RTP
Philimon Bulawayo - Reuters

A União Europeia opôs-se a uma proibição total do comércio de marfim, uma decisão que chocou os defensores da vida selvagem em mais de trinta países africanos que defendem que esta posição trará o início de uma extinção em massa dos elefantes em África.

Em 2014, 20.000 elefantes africanos foram mortos por caçadores. Entre 2009 e 2015, Tanzânia e Moçambique perderam mais de metade das populações destes paquidermes. A cada 15 minutos um elefante é morto por caçadores ilegais.

A Comissão Europeia propõe que, ao invés de uma proibição abrangente ao comércio de marfim, os países africanos devem ser encorajados a “gerir sustentavelmente as suas populações”.

A Coligação Africana do Elefante, que integra 29 países africanos, alerta para uma eventual extinção de elefantes no continente africano dentro de 25 anos.

Os especialistas afirmam que as populações de elefantes em África se estão a tornar cada vez mais noturnas e migrantes, com manadas que chegam até 550 exemplares, numa tentativa de evitar o contacto com os caçadores.

“Se a União Europeia não proibir totalmente o comércio de marfim, será o início da extinção do elefante africano com certeza. Nós perdemos 100.000 elefantes em apenas três anos”, afirmou Andrew Seguya, diretor do Uganda Wildlife Authority, ao jornal britânico The Guardian.

Par Azizou El Hadj Issa, um ex-ministro no Benin, ”a situação é alarmante na maioria dos nossos países. Os elefantes são abatidos todos os dias. Precisamos da UE para apoiar-nos e tornar-se parte da solução para esta crise".

Os números mais recentes mostram um declínio de 61 por cento de elefantes africanos entre 1980 e 2013.
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