Europeias. Partidos tradicionais perdem terreno mas não em Portugal

Portugal está em contraciclo com a Europa, com a sondagem mais recente a apontar para o crescimento do PS com a eleição de 10 eurodeputados e o PSD a manter os seis parlamentares. Na Europa, os partidos tradicionais estão a perder representantes para formações políticas que ainda não têm lugar nos hemiciclos de Bruxelas e Estrasburgo.

RTP /
Parlamento Europeu

Os partidos tradicionais de direita e centro-esquerda podem perder quase 90 deputados nas eleições de maio, de acordo com a segunda projeção revelada pelo Parlamento Europeu.

Os socialistas europeus registam a maior queda, de 51 eurodeputados, principalmente por causa das estimativas de derrocada em Itália e Alemanha. Segue-se o Partido Popular Europeu (família dos eleitos pelo PSD, CDS-PP e MPT) a perder 36 lugares. 

Em contrapartida, o grupo Europa das Nações e Liberdades regista o crescimento de 26 lugares, impulsionado pelo efeito Salvini em Itália.

No entanto, o “grupo” que mais cresce, designado por “Outros”, é composto por deputados que não pertencem a nenhuma das atuais oito formações políticas e, ao mesmo tempo, não são membros de nenhum partido político europeu.

Se se reunissem todos num mesmo grupo político, os recém-chegados poderiam mesmo tornar-se na terceira força do Parlamento Europeu.

Desde 2014 que novas formações políticas estão a alterar o cenário político em vários países. Com base nas sondagens realizadas em todos os Estados-membros, as novas formações vão agora chegar ao Parlamento Europeu.

A unidade de Opinião Pública do Parlamento Europeu nota que a categoria foi “igualmente dividida à esquerda e à direita do hemiciclo” uma vez que se desconhece o grupo ao qual poderiam aderir após as eleições.

Elaborada a pensar num Parlamento composto por 705 eurodeputados em vez dos atuais 751, a projeção da Kantar Public tem por base sondagens realizadas a nível nacional. A projeção tem em conta que dos 73 lugares deixados vagos pelos deputados britânicos 27 serão distribuídos por 14 Estados-membros. Portugal vai continuar a eleger 21 eurodeputados.

O Parlamento Europeu vai publicar novas projeções de duas em duas semanas até ao final de abril e semanalmente durante o mês de maio até à noite da eleição.

As primeiras eleições directas para o Parlamento Europeu foram realizadas há 40 anos, no dia 12 de Junho de 1979.

As eleições deste ano são consideradas de elevada importância, tendo em conta o crescimento dos populismos, os desafios políticos e transfronteiriços, bem como o Brexit.

Os eleitores europeus vão às urnas entre 23 e 26 de maio. Em Portugal, a votação vai decorrer no último dia, 26 de maio, conforme foi já confirmado pelo Presidente da República.
PS pode chegar aos 10 eurodeputados, CDU perde dois
O Partido Socialista pode chegar aos dez eurodeputados nas próximas eleições europeias, de acordo com a projeção sobre a futura constituição da assembleia europeia divulgada hoje pelo Parlamento Europeu, que dá aos socialistas 39,2 por cento das intenções de voto dos portugueses.

A projeção hoje divulgada melhora o resultado dos socialistas, atribuindo-lhe mais um assento na assembleia europeia do que a primeira sondagem apresentada pelo Parlamento Europeu (PE) em 18 de fevereiro, na qual recolhiam 38,5 por cento das intenções de voto.

O PS, que tem em Pedro Marques o seu cabeça de lista às europeias, conseguiria eleger dez eurodeputados, mais dois do que na atual legislatura, enquanto os sociais-democratas, liderados por Paulo Rangel, manteriam os atuais seis representantes, com 26,2 por cento.

A grande derrotada desta nova projeção do PE é a CDU, que une Partido Comunista e Verdes numa lista liderada por João Ferreira, e que, com uma queda acentuada das intenções de voto (dos 13,4 por cento de 18 de fevereiro para os 6,8 por cento de hoje), perderia dois dos seus atuais representantes, para ficar apenas com um.

Em recuperação está o Bloco de Esquerda, que sobe dos 7,5 por cento da primeira projeção para os 9,6 por cento e, assim, pode eleger mais um eurodeputado, além da sua cabeça de lista, Marisa Matias.

Inalterado permanece o número de assentos projetados para o CDS-PP que, com 10 por cento das intenções de voto, elegeria um segundo eurodeputado para acompanhar Nuno Melo.

O PAN, com 2,7 por cento de intenções de votos, e o Aliança, com 1,7 por cento, são os outros partidos mencionados na sondagem, que dá 3,8% a `outros` partidos.

Esta é a segunda de uma série de projeções que serão reveladas quinzenalmente pelo Parlamento Europeu até às eleições de 23 a 26 de maio.

A projeção divulgada pelo PE utiliza uma sondagem da Aximage, realizada entre 05 e 10 de fevereiro, na qual foram efetuadas 602 entrevistas telefónicas, sendo a margem de erro de 4 por cento.

Na metodologia do PE, as respostas de indecisos e não votantes são eliminadas.

C/ Lusa
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