Europeus e africanos devem colocar direitos humanos no centro da parceria defende ONG
A Organização Não Governamental Human Rights Watch defendeu esta sexta-feira que a União Europeia e a União Africana devem colocar os direitos humanos e o direito internacional no centro da parceria, nas vésperas da cimeira da próxima semana.
"A União Africana (UA) e a União Europeia (UE) devem colocar o respeito pelos direitos humanos e pelo direito internacional humanitário no centro da sua parceria; ambos os blocos regionais devem redobrar os esforços para combater as atrocidades relacionadas com conflitos e fortalecer as instituições e normas que protegem os direitos", lê-se num comunicado enviado à Lusa, nas vésperas da cimeira entre os dois blocos, que decorre segunda e terça-feira em Luanda.
No texto, os ativistas defendem que "os dois blocos devem envidar todos os esforços para responsabilizar os autores de atrocidades e apoiar estratégias em ambos os continentes e em outros lugares para responder aos desafios de longa data e emergentes em matéria de direitos humanos" e lembram que "os conflitos armados abusivos deslocaram milhões de civis" e resultaram "em mortes, ferimentos e outras violações graves" em locais como o Sudão e em todo o Sahel.
Esta ONG focada nos direitos humanos lembra também o caso da República Democrática do Congo, país onde denunciou o homicídio de mais de 140 civis, para defender que "a UE e a UA devem condenar os crimes cometidos por todas as partes e exigir o fim do apoio do Ruanda e da República Democrática do Congo a esses grupos armados".
Passando em revista a necessidade de os dois blocos se empenharem na paz noutros locais, como em Gaza ou na Ucrânia, a HRW diz ainda que, uma vez que "os líderes africanos comprometeram-se em julho a dedicar a próxima década à justiça reparatória para os africanos e pessoas de ascendência africana", os governantes europeus devem "ajudar a concretizar o direito amplamente aceite à reparação pelos impactos duradouros das atrocidades coloniais".