Eurovisão. Aprovadas novas regras de votação para evitar polémicas dos últimos anos

O grupo de referência da União Europeia de Radiodifusão (UER) aprovou esta sexta-feira alterações ao sistema de votação do Festival Eurovisão da Canção, em resposta às polémicas envolvendo as pontuações do televoto dirigidas a Israel.

RTP /
Denis Balibouse - Reuters

De acordo com o diretor do certame europeu, Martin Green, as novas regras vão no sentido de “assegurar que o concurso se mantem como uma celebração da música e da unidade”. “O concurso deve manter-se como um espaço neutro e não pode ser instrumentalizado”, acrescenta Green.

As alterações incluem a limitação da promoção dos artistas por terceiros, “incluindo governos”, a redução do número de votos máximos de 20 para 10, assim como a melhoria da segurança do televoto, de forma a “detetar e bloquear votação fraudulenta ou coordenada”.

Os júris nacionais também voltam a ter uma palavra nas semifinais, após ter sido limitada ao televoto em 2023.

As mudanças surgem na sequência das polémicas dos últimos dois anos, nomeadamente o número elevado de votos do público para Israel (2.º lugar em 2024 e 1.º em 2025), em contraste com a votação do júri (12.º em 2024 e 15.º em 2025).

Uma das razões apontadas para esta disparidade prende-se com o pagamento de publicações e anúncios por parte da Agência de Publicidade do Governo Israelita para as redes sociais, para encorajar o público a votar na canção representante do país, algo visto como um abuso das regras até hoje em vigor.

O genocídio em Gaza tem sido um fator de divisão no seio da Eurovisão, com países como Espanha, Irlanda ou Eslovénia, a defenderem a expulsão do país do certame, o que provocou uma votação em assembleia-geral da UER sobre o tema, marcada para dezembro.
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