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Ex-advogado acusa Trump de o obrigar a fazer "engenharia reversa" sobre valor de ativos
Depois do último encontro como advogado e patrão, há cinco anos, Michael Cohen e Donald Trump voltaram a avistar-se. Desta vez em tribunal, com o antigo funcionário do magnata norte-americano a depor contra este, num caso de fraude em que o ex-presidente dos Estados Unidos está acusado e que o pode levar a perder parte dos bens imobiliários que detém.
“Que encontro incrível”, brincou Cohen, perante os jornalistas que o esperavam antes da sessão, à entrada do tribunal.
Michael Cohen foi advogado pessoal e mediador nos negócios de Donald Trump, mas na terça-feira entrou no Tribunal de Nova Iorque para testemunhar contra o ex-chefe de Estado. Perante a audiência judicial, a testemunha afirmou que foi instruída por Trump a “fazer engenharia reversa” do valor dos ativos que são agora a base de um processo de fraude civil de 250 milhões de dólares, com o objetivo de adulterar o valor líquido do património.
Após os testemunhos de alguns antigos contabilistas de Trump, Cohen assumiu ter delineado um esquema para que não fosse conhecida a verdadeira importância da fortuna que detém.
De acordo com as alegações do antigo advogado, o magnata pediu-lhe, assim como a outros funcionários, para que manipulassem as contas e fizessem “engenharia reversa” dos valores de diferentes ativos.
“Qualquer número que Trump nos pedisse”, esclareceu Cohen quando questionado sobre a que valores e a que ativos se referia, acrescentando que a “demonstração da situação financeira” anual que o próprio delineou era “ficção”.
“Fui incumbido por Trump para aumentar o total de ativos com base num número que ele escolheu aleatoriamente”, explicou ainda o antigo advogado, cuja responsabilidade “era fazer engenharia reversa” para se conseguir “atingir determinado número”.
“Engenharia reversa” foi a alegação que Michael Cohen foi repetindo ao longo de toda a audiência, frisando que Donald Trump pretendia insuflar aparentemente a fortuna da família. No depoimento, o advogado ainda acrescentou que, em conjunto com Allen Weisselberg, ex-diretor financeiro da Trump Organization, estava encarregado de fazer aumentar o patriónio líquido.
“Ele olhava para os ativos totais e dizia: na verdade não valho 4,5 mil milhões de dólares, na verdade valho mais de seis mil milhões de dólares”, testemunhou Cohen.
Donald Trump não fez qualquer comentário às alegações do antigo advogado, mas fora das portas do tribunal não se inibiu de o acusar de ser “mentiroso e um criminoso”. Cohen era, recorde-se, um dos funcionários mais leais a Trump e que, outrora, terá dito que “levaria um tiro” pelo ex-presidente dos EUA.
O depoimento de Cohen acontece depois de o advogado ter cumprido uma pena de um ano na prisão e de dois anos em prisão domiciliária, após se ter declarado culpado por várias acusações federais em 2018. A relação deteriorada entre os dois é de conhecimento público, não sendo a primeira vez que Cohen se manifesta contra Trump, inclusive nas redes sociais. Mas em tribunal apresentou-se aparentemente calmo enquanto testemunhava contra o antigo patrão.
“Fiz isto porque foi uma ordem, por preocupação e em benefício de Trump”, referiu ainda. “Quaisquer que fossem os problemas que ele tivesse, quaisquer que fossem os assuntos que o enervassem, eu resolvia”.
Com uma caneta vermelha, Cohen e Weisselberg faziam anotações nas listas de bens de Trump, de forma a inflacionar o património baseando-se em comparações falsas e “muitas vezes com a ajuda do Google”. Segundo o depoimento, o ex-presidente terá até usado a mansão no multimilionário Nelson Peltz, em Westchester, como base para aumentar o valor declarado de uma propriedade que tinha nas proximidades.
Este processo civil é um dos muitos problemas jurídicos que Donald Trump enfrenta, numa altura em que se prepara para fazer campanha para as Eleições Presidenciais.
Michael Cohen foi advogado pessoal e mediador nos negócios de Donald Trump, mas na terça-feira entrou no Tribunal de Nova Iorque para testemunhar contra o ex-chefe de Estado. Perante a audiência judicial, a testemunha afirmou que foi instruída por Trump a “fazer engenharia reversa” do valor dos ativos que são agora a base de um processo de fraude civil de 250 milhões de dólares, com o objetivo de adulterar o valor líquido do património.
Após os testemunhos de alguns antigos contabilistas de Trump, Cohen assumiu ter delineado um esquema para que não fosse conhecida a verdadeira importância da fortuna que detém.
De acordo com as alegações do antigo advogado, o magnata pediu-lhe, assim como a outros funcionários, para que manipulassem as contas e fizessem “engenharia reversa” dos valores de diferentes ativos.
“Qualquer número que Trump nos pedisse”, esclareceu Cohen quando questionado sobre a que valores e a que ativos se referia, acrescentando que a “demonstração da situação financeira” anual que o próprio delineou era “ficção”.
“Fui incumbido por Trump para aumentar o total de ativos com base num número que ele escolheu aleatoriamente”, explicou ainda o antigo advogado, cuja responsabilidade “era fazer engenharia reversa” para se conseguir “atingir determinado número”.
“Fui incumbido pelo Sr. Trump de aumentar o total de ativos com base num número que ele selecionou arbitrariamente”, disse Cohen.
"Atingir um número"
A sua responsabilidade, acrescentou, “era fazer engenharia reversa” dos valores de diferentes ativos “para atingir um número”.
“Ele olhava para os ativos totais e dizia: na verdade não valho 4,5 mil milhões de dólares, na verdade valho mais de seis mil milhões de dólares”, testemunhou Cohen.
Donald Trump não fez qualquer comentário às alegações do antigo advogado, mas fora das portas do tribunal não se inibiu de o acusar de ser “mentiroso e um criminoso”. Cohen era, recorde-se, um dos funcionários mais leais a Trump e que, outrora, terá dito que “levaria um tiro” pelo ex-presidente dos EUA.
O depoimento de Cohen acontece depois de o advogado ter cumprido uma pena de um ano na prisão e de dois anos em prisão domiciliária, após se ter declarado culpado por várias acusações federais em 2018. A relação deteriorada entre os dois é de conhecimento público, não sendo a primeira vez que Cohen se manifesta contra Trump, inclusive nas redes sociais. Mas em tribunal apresentou-se aparentemente calmo enquanto testemunhava contra o antigo patrão.
“Fiz isto porque foi uma ordem, por preocupação e em benefício de Trump”, referiu ainda. “Quaisquer que fossem os problemas que ele tivesse, quaisquer que fossem os assuntos que o enervassem, eu resolvia”.
Com uma caneta vermelha, Cohen e Weisselberg faziam anotações nas listas de bens de Trump, de forma a inflacionar o património baseando-se em comparações falsas e “muitas vezes com a ajuda do Google”. Segundo o depoimento, o ex-presidente terá até usado a mansão no multimilionário Nelson Peltz, em Westchester, como base para aumentar o valor declarado de uma propriedade que tinha nas proximidades.
Este processo civil é um dos muitos problemas jurídicos que Donald Trump enfrenta, numa altura em que se prepara para fazer campanha para as Eleições Presidenciais.