Ex-delegado policial que agiu contra cúpula do PCC assassinado butalmente no Brasil
O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo Ruy Ferraz Fontes, conhecido pela sua forte atuação contra o Primeiro Comando Capital (PCC), foi assassinado brutalmente segunda-feira em Praia Grande, no estado de São Paulo, disse fonte policial.
Ruy Fontes, de 63 anos, foi vítima de uma perseguição por carro. Enquanto tentava fugir, o seu veículo colidiu contra um autocarro por volta das 18:00, disse a Polícia Militar.
De acordo com a fonte, vários homens saíram de outro veículo e dispararam mais de 20 tiros contra o automóvel em que seguia.
As autoridades já identificaram um suspeito e têm como principal linha de investigação o homicídio por vingança de fações criminosas, nomeadamente o PCC.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, já reagiu através das redes sociais frisando que "Ruy Ferraz Fontes deixou um legado marcante na Segurança Pública de São Paulo", tendo sido "pioneiro nas investigações contra o PCC".
"Foi cobardemente assassinado em Praia Grande, onde atuava como secretário de Administração da prefeitura. Estamos trabalhando para identificar e prender os criminosos responsáveis, para que sejam exemplarmente punidos pela Justiça, com todo o rigor da lei", acrescentou.
Ruy Ferraz Fontes ficou conhecido por ter mapeado e indiciado a cúpula do PCC, em especial o seu líder histórico, Marcola.
O PCC nasceu na década de 1990 nas prisões de São Paulo e é hoje a mais poderosa fação criminosa da América do Sul, com atuação em praticamente todos os países da região, especialmente Brasil, Paraguai e Bolívia.
Está envolvida principalmente no tráfico de cocaína para a Europa, onde tem ligações com as máfias italiana, sérvia e albanesa.
Atualmente, a liderança do PCC, cuja maioria dos líderes está presa em prisões de segurança máxima, está a atravessar uma fratura sem precedentes e parte dela não reconhece o atual líder, Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola.