Execução de Saddam pode levar ainda "algum tempo", indica o ministro iraquiano da Justiça

O enforcamento do ex-presidente iraquiano Sadda m Hussein que, após confirmação do tribunal de recurso terça-feira, deveria ocor rer dentro de 30 dias, poderá ainda levar "algum tempo", afirmou hoje o ministro da Justiça iraquiano, Hashem al-Shibli.

Agência LUSA /

"A decisão do tribunal de recurso tem de ser transmitida à presidência.

O decreto presidencial assinado será enviado para a direcção-geral das prisões que é incumbida de executar a sentença", adiantou Shibli.

"Este processo poderá levar ainda algum tempo, devido à festa de Eid El Adha (festa muçulmana do sacrifício, que começa a 30 de Dezembro)", disse.

O ministro não avançou uma data precisa para o enforcamento, nem as cir cunstâncias ou o local.

Saddam Hussein encontra-se actualmente detido pelo exército norte-ameri cano, num local mantido em segredo.

O tribunal de recurso do Alto Tribunal Penal iraquiano ratificou terça- feira a condenação à morte, por enforcamento, do antigo presidente, ordenada a 0 5 de Novembro pela execução de 148 aldeões xiitas de Dujail, na década de 1980.

A pena de morte do meio-irmão de Saddam, Barzan al-Tikriti, antigo chef e dos serviços de informações e do antigo presidente do tribunal revolucionário Awad al-Bandar, foi também confirmada.

De acordo com o tribunal de recurso, Saddam e os dois co-acusados dever ão ser executados "a qualquer momento", a partir de hoje, num prazo limite de 30 dias.

O presidente iraquiano, Jalal Talabani, que afirma ser contra a pena de morte, já deixou o vice-presidente assinar numerosas execuções, nos últimos mes es.

De acordo com a Lei iraquiana, nenhuma autoridade, nem mesmo o Chefe de Estado pode recorrer ao seu poder para comutar penas de morte já pronunciadas.

Saddam Hussein pode assim ser enforcado, mesmo que não esteja concluído o julgamento que decorre actualmente, e no qual Saddam e seis antigos dirigente s são acusados de terem ordenado e posto em prática as campanhas militares de An fal, em 1987-88 no Curdistão, que causaram a morte de 180.000 curdos, segundo a acusação.

Saddam Hussein dirigiu o país com mão de ferro desde 1979 até à invasão do Iraque, por tropas norte-americanas, e a queda do seu regime, em Abril de 20 03.


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