Exército israelita mantém ofensiva na Faixa de Gaza

O exército israelita retirou-se hoje de Beit Hanun depois de dois dias de ocupação da cidade, mas prometeu continuar com a ofensiva na Faixa de Gaza.

Agência LUSA /

Apesar da continuação da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, o posto fronteiriço de Rafah na fronteira com o Egipto também reabriu hoje, mas parcialmente, depois de ter estado fechado durante mais de três semanas, informaram fontes palestinianas.

"Nos últimos dois dias, nove casas foram completamente destruídas, 90 parcialmente danificadas. Os israelitas destruíram uma boa parte da rede eléctrica, do sistema de esgotos e de distribuição de água", afirmou o presidente da Câmara de Beit Hanun, Mohammed al- Kafarna, que é do Hamas.

O cemitério da cidade também foi parcialmente danificado pelos tanques do exército israelita.

Segundo fontes médicas palestinianas, oito palestinianos foram mortos durante esta incursão do exército israelita, iniciada no domingo.

No entanto, as tropas israelitas não se retiraram da Faixa de Gaza já que se reposicionaram a norte de Beit Hanun, na fronteira entre Israel e o território palestiniano.

Mais de 2.000 palestinianos, que estavam bloqueados no Egipto, já atravessaram hoje o posto de Rafah e outros cerca de 3.000 aguardavam na fila.

O posto fronteiriço de Rafah, que apenas se manterá aberto até às 17:00 (14:00 em Lisboa), só funcionará no sentido Egipto-Faixa de Gaza para facilitar a passagem dos palestinianos que permaneceram nas três últimas semanas em território egípcio sem poder regressar a casa.

Os observadores da União Europeia que estão encarregues de supervisionar o funcionamento do posto de Rafah regressaram hoje de manhã depois de terem permanecido em Israel.

Depois do rapto do soldado israelita Gilad Shalit por três grupos palestinianos a 25 de Junho, as autoridades de Israel pediram aos observadores da UE para abandonarem o posto de Rafah.

Israel lançou a 28 de Junho uma vasta ofensiva na faixa de Gaza, três dias depois da captura de Shalit por três grupos armados palestinianos, incluindo as Brigadas Ezzedine al-Qassam do Hamas.

A operação do exército israelita foi intensificada a 05 de Julho quando fez uma incursão em Beit Lahya e na periferia da cidade de Gaza, antes de se retirar.

Na sequência da operação Chuva de Verão destinada a encontrar o soldado raptado e a pôr fim ao lançamento de mísseis de fabrico artesanal contra Israel morreram pelo menos de 87 palestinianos, a grande maioria civis, e um soldado israelita.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, também prometeu continuar a ofensiva até que o terrorismo cesse.

As operações militares israelitas na Faixa de Gaza e no Líbano são um "acto de auto-defesa, porque a nação está numa hora de verdade".

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