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Exoplanetas. Projeto ESPRESSO recebe menção honrosa da Agência Espacial Portuguesa

por Nuno Patrício - RTP
O ESPRESSO é um espectrógrafo de alta resolução acoplado ao Very Large Telescope, composto por quatro telescópios do Observatório Europeu do Sul | Créditos: Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço

O projeto ESPRESSO, desenvolvido pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), foi distinguido com uma menção honrosa no Prémio de Inovação em Ciências e Tecnologias Espaciais 2025, promovido pela Agência Espacial Portuguesa (PT Space). O reconhecimento deste projeto foi anunciado durante a 8ª edição da New Space Atlantic Summit.

Selecionado como um dos seis finalistas do prémio, o ESPRESSO destacou-se entre os projetos concorrentes, na 8ª edição da New Space Atlantic Summit, tendo sido o único a receber uma menção honrosa do júri. A iniciativa envolveu equipas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, em colaboração com o IA.

Desenvolvido para o Observatório do Paranal, no Chile, o ESPRESSO — Echelle SPectrograph for Rocky Exoplanet and Stable Spectroscopic Observations — é um espectrógrafo de alta resolução acoplado ao Very Large Telescope (VLT), composto por quatro telescópios de 8,2 metros do Observatório Europeu do Sul (ESO). Portugal contribuiu com a construção dos Coudé Trains, a infraestrutura que liga os telescópios ao instrumento principal.
Crédito: ESO/L. Calçada

Sucessor do consagrado HARPS, o ESPRESSO representa um avanço significativo na instrumentação astronómica. O seu principal objetivo científico é detetar e caracterizar exoplanetas com características semelhantes às da Terra, recorrendo à medição extremamente precisa das velocidades radiais das estrelas — uma técnica fundamental na procura de planetas potencialmente habitáveis.

A comunidade científica portuguesa tem estado na linha da frente na utilização deste instrumento. Entre os resultados mais notáveis liderados pelo IA estão a deteção de um planeta terrestre quente com metade da massa de Vénus a orbitar uma estrela próxima e a descoberta do planeta com menor massa já medido por velocidades radiais em torno de Proxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol.

Imagem artística do exoplaneta Barnard b, com a estrela de Barnard em frente. (Crédito: ESO/M. Kornmesser)

O ESPRESSO tem ainda permitido avanços noutras áreas da astrofísica, como a deteção de atmosferas de exoplanetas — incluindo elementos inesperados como bário e ferro —, a asterossismologia, e a cosmologia, onde tem sido utilizado para medir com alta precisão a constante de estrutura fina do universo.

Espectrógrafo ESPRESSO, instalado no Observatório do Paranal|Crédito: ESO/P. Horálek

A menção honrosa agora atribuída vem reforçar o papel de Portugal no panorama internacional da investigação espacial e sublinha o contributo de excelência do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.



A cerimónia de entrega contou com a presença da Secretária de Estado da Ciência, Ana Paiva, do presidente da PT Space, Ricardo Conde, do presidente do júri, José Manuel Mendonça (INESC TEC), e do coordenador do IA, Manuel Abreu.
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