Expulsões de romenos foram justas, mas é preciso evitar xenofobia

O chefe do governo italiano Romano Prodi afirmou hoje que as expulsões de imigrantes romenos considerados perigosos pelas autoridades italianas foram "justas", mas advertiu contra o risco de xenofobia e "criminalização" de um povo inteiro.

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"O decreto sobre a expulsão com carácter de urgência de cidadãos comunitários perigosos para a ordem pública e social foi um acto necessário mas igualmente justo", afirmou numa carta aberta dirigida ao diário Il Messaggero.

Um dia depois da agressão mortal de uma italiana, acto alegadamente praticado por um jovem cigano de origem romena, o governo italiano adoptou com urgência um decreto para facilitar a expulsão dos estrangeiros membros da União europeia por "motivos de segurança pública".

"Tenho o dever de responder às exigências dos cidadãos que reclamam mais segurança", afirma Prodi.

"Mas não nos podemos permitir a criminalização de todo um povo devido a um indivíduo ou de uma minoria. É preciso evitar a deriva xenófoba. A intolerância não pertence aos nossos valores e à nossa cultura", acrescenta Prodi.

Prodi recorda que é "impossível" parar a imigração e insiste numa controlo mais eficiente deste fenómeno.

"Não é possível pôr fim à imigração para o nosso país porque não é possível ignorar as consequências demográficas" do envelhecimento da população italiana, recorda Prodi.

"Não nos podemos esquecer que sem os imigrantes a Itália pararia", acrescenta.

"Continuo a pensar que a entrada da Roménia na UE foi uma coisa positiva, como é demonstrado diariamente pelo trabalho de milhares de romenos honestos", assegura Prodi.

"Não devemos permitir que uma minoria criminosa por um lado e uma minoria xenófoba por outro impeçam esta amizade (com a Roménia) e esta cooperação benéfica para os dois povos", conclui o chefe do governo italiano.

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