Extrema-direita europeia tenta demarcar-se de Breivik

Os partidos europeus de extrema-direita começaram por reagir às explosões de Oslo com um dedo acusador, apontado ao "fundamentalismo islâmico". Pouco depois, a carnificina na ilha de Utoya permitia identificar Anders Breivik - um assassino apoiante de ideologias de extrema-direita. Seguiu-se o embaraço e, rapidamente, a teorização sobre o criminoso solitário e "psicopata".

RTP /


Dos primeiros a reagirem foi o grupo Nordisk, para quem o atentado de Oslo era "esperado" e uma prova de que "o terror não se reduzirá enquanto os ratos do deserto continuarem a vir para a Europa", referindo-se com isso à imigração de países islâmicos.

Mas, quando se tornou claro quem era o autor dos atentados, o grupo Nordisk optou por recusar uma entrevista que lhe fora pedida para o site de Al Jazeera. E em toda a extremadireita europeia houve uma rápida adaptação do discurso.

Assim, na Bélgica, o dirigente do partido nacionalista flamengo Vlaams Belang, Filip Dewinter, citado pela Agência France Press, sustentava que "tradicionalmente, tenta-se comprometer os partidos de direita com este tipo de gente [Breivik]". Mas isso, indigna-se, "é uma amálgama".

Em França, a Frente Nacional de Marine Le Pen queixava-se também de uma confusão fabricada "para criar confusão nos espíritos" e acrescenta que "a Frente Nacional é, de forma evidente, perfeitamente estranha à matança norueugesa, que é obra de um desequilibrado solitário, que deverá ser castigado de forma impiedosa".

Na Alemanha, o NPD (Partido Nacional-Democrático) apressou-se a desmentir que Breivik lhe tivesse enviado um e-mail com o seu famigerado manifesto poucos minutos antes do atentado bombista de Oslo, como foi afirmado pelo diário Der Tagesspiegel.

Este apresentara um cronograma da acção do terrorista, conseguindo situar entre as 14h08m e as 14h18m de sexta feira o momento em que Breivik enviara o seu manifesto a várias organizações de extrema-direita, imediatamente antes de sair de casa para cometer os atentados. Entre os destinatários alemães de Breivik estaria a sede central do NPD em Berlim, e a várias sedes locais do mesmo partido, em Erfurt, Aschaffenburg e Unna.




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