Extremistas islâmicos avançam no Mali

A aliança entre o povo Tuareg e os islamitas para a conquista do norte do Mali está desfeita. O Movimento Nacional de Libertação do Azawad (MNLA) perdeu as cidades de Gao e de Timbuctu, para os grupos Ansar Dine e Mujao, após violentos combates.

RTP /
Mesquita de Sankore em Timbuktu. A Unesco receia que o avanço dos extremistas islâmicos na região possa implicar a destruição de vários locais da cidade, considerados património mundial Wikipedia

O MNLA, formado por Tuaregs, pretende instaurar um estado independente e laico nos territórios até agora incluído no Mali e, após o golpe de Estado em Março que derrubou o governo maliano, aproveitou para conquistar território, ao lado do Ansar Dine.

O grupo islâmico e o Mujao (movimento para a unidade e a Jihad na África Ocidental), considerado um grupo dissidente da al Qaeda no Magreb islâmico, defendem contudo interesses próprios entre os quais a imposição da lei islâmica da Sharia no Mali.

Esta semana avançaram sobre as posições controladas pelos Tuaregs nas cidades de Gao (nordeste) e de Timbuctu (noroeste), expulsando-os. Os combates fizeram pelo menos 20 mortos.
CEDEAO preocupada
Reunida em cimeira na capital da Costa do Marfim, a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) assume-se preocupada com o avanço dos extremistas islâmicos no Mali.

A Cimeira deverá "assumir iniciativas para evitar nomeadamente que a Mali entre num beco-sem-saída", declarou Alassane Ouattara, chefe de estado da Costa do Marfim na abertura da reunião.

Timbuctu é considerada uma cidade santa e a Unesco receia agora que 333 túmulos antigos, dos quais 16 são considerados património mundial, sejam destruídos pelos extremistas islâmicos.
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