Facebook promete remover "deepfakes" da rede social

O Facebook anunciou que vai remover vídeos modificados por inteligência artificial da sua plataforma. De acordo com a empresa, os vídeos distorcem a realidade e apresentam “um desafio significativo” para o setor da tecnologia.

RTP /
Mark Zuckerberg foi também alvo deste tipo de conteúdos. Erin Scott - Reuters

O software de inteligência artificial mistura, substitui ou sobrepõe conteúdo de um vídeo para que este pareça real - geralmente usado em políticos ou celebridades.A rede social considera que, embora os deepfakes ainda sejam pouco comuns na internet, estão a tornar-se cada vez mais presentes.


O Facebook pretende remover os vídeos no caso de estes terem sido editados de formas que “não são óbvias para a compreensão de uma pessoa comum”, ou no caso de levarem os utilizadores a pensar que “uma pessoa disse palavras que na verdade não disse”.

Para averiguar a autenticidade dos vídeos, a rede social vai contar com uma equipa Facebook e com verificadores independentes. A empresa esclareceu ainda que a equipa irá trabalhar na análise das denúncias que possam ser feitas pelos utilizadores da rede social.

Monica Bickert, vice-presidente de gestão de políticas globais do Facebook, afirma que “há pessoas que se envolvem na manipulação dos media com o objetivo de enganar” e alerta que esta é apenas uma, entre várias medidas que a rede social irá implementar para combater a desinformação.

A acrescentar às novas regras, o Facebook anunciou estar a promover a criação de tecnologias para a detenção de deepfakes, através de um programa que irá custar cerca de dez milhões de dólares.

Foi anunciada também uma parceria com a agência Reuters para formar jornalistas, em todo o mundo, na detenção de vídeos manipulados.A atualização da política da rede social não será aplicada a vídeos de paródia ou sátira.

William Tunstall-Pedoe, cientista na área da tecnologia, afirmou que a Facebook merece créditos por tentar lidar com esta “área difícil”.

O Facebook afirma ainda que pretende trabalhar em parceira com diferentes empresas de forma a combater este tipo de conteúdos e denunciar quem está envolvido na criação dos mesmos.

Recentemente, o Facebook foi criticado por se recusar a remover um vídeo, publicado por apoiantes de Donald Trump, onde é dada a ideia de que Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, está a discursar alcoolizada.



Embora o vídeo tenha sido considerado falso, a rede de Mark Zuckerberg recusou-se a eliminá-lo.

Mark Zuckerberg foi também alvo deste tipo de conteúdos. O vídeo mostrava o chefe executivo da Facebook a creditar uma organização secreta pelo sucesso da rede social.
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