Facebook vai implementar fiscalização de notícias na Alemanha

por RTP
Stephen Lam - Reuters

Com as eleições legislativas a poucos meses, a Alemanha foi o novo país escolhido pelo Facebook para a implementação de ferramentas de fiscalização de noticias.

No esforço de combater a disseminação de desinformação no Facebook, a rede social encetou no mês passado a anexação de rótulos de advertência para notícias inventadas pelos utilizadores.

Os Estados Unidos serviram como plataforma para o primeiro teste do projeto, depois de algumas narrativas falsas terem sido publicadas e partilhadas durante as eleições presidenciais norte-americanas. Agora inicia-se a expansão das novas ferramentas de fiscalização de notícias para outros países."Vamos colocar as novas atualizações na Alemanha durante as próximas semanas", informou um porta-voz do Facebook em comunicado à imprensa.

O novo território escolhido para usufruir destes instrumentos é a República Federal da Alemanha.

A agência de informação alemã tem levantado algumas questões sobre o poder das redes sociais na campanha de desinformação, que poderá influenciar os eleitores na escolha do novo chanceler.     

As eleições legislativas estão marcadas para o dia 22 de Setembro.        Em rótulos vermelhos
Mas como funcionam estas ferramentas? Esta é a pergunta que mais tem surgido online.

Qualquer individuo que utilize a rede social poderá apontar narrativas publicadas no Facebook como "potencialmente falsas", através de uma nova opção no ecrã.

Estas histórias sinalizadas serão, posteriormente, verificadas por entidades terceiras especializadas na função.

Se durante a averiguação de veracidade, as notícias adotarem o estatuto de "não confiáveis", serão marcadas no feed com um rótulo vermelho, expressando o termo "informação contestada".

Os utilizadores terão a possibilidade de clicar num link interligado a esse rótulo para obter mais informações sobre a narrativa.

Desta forma, o Facebook salvaguarda-se de qualquer acusação de interferência na liberdade de escrita dos seus utilizadores, já que o texto permanece online e disponível a qualquer membro do site. O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg tem mencionado repetidamente que não quer ser "árbitro da verdade". Pelo contrário, prefere confiar "na comunidade e nas entidades terceiras" para a fiscalização das notícias publicadas.

As organizações responsáveis pela verificação de factos assinaram o Código Internacional de Princípios desta atividade, recentemente estabelecido pelo Poynter, um instituto internacional de jornalismo.

Existem atualmente 43 signatários em todo o mundo, incluindo agências de notícias.

Em declarações à imprensa, um dos porta-vozes do Facebook afirmou que a rede social também tentará, a longo prazo, reduzir os incentivos financeiros adjacentes à publicação de notícias falsas.  
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