A Faculdade de Medicina da Guiné-Bissau, agora enquadrada na Universidade Amílcar Cabral (UAC), recomeçou hoje a leccionar cursos para formar novos clínicos, fundamentais no combate às enfermidades que afectam as populações guineenses.
Com a assessoria técnica e científica de professores cubanos, a Faculdade de Medicina, visa dar continuidade à formação de quadros a cargo da Escola Nacional de Saúde (ENS), encerrada com o eclodir da guerra civil de 1998/99.
Criada em 1986, a ENS já formou 92 médicos guineenses, 19 dos quais estão actualmente a exercer fora do país. Treze destes médicos receberam hoje os respectivos diplomas.
Os médicos que hoje receberam os diplomas foram terminar a licenciatura em Cuba, tendo regressado agora ao país, para serem colocados em diversos centros hospitalares, sobretudo, do interior.
Ao usar da palavra na cerimónia de reabertura, o primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, salientou a importância de formação de quadros no país, frisando que é um "compromisso" do governo "dar saúde as populações".
Por outro lado, Aristides Gomes destacou a contribuição do povo e governo de Cuba na materialização dos objectivos das autoridades guineenses, afirmando ser este o testemunho de amizade entre os dois povos.
Por seu turno, embaixador de Cuba em Bissau, Pedro Donha Santana, frisou a disponibilidade do seu país em continuar a apoiar os povos africanos, particularmente os guineenses, tal como aconteceu durante a luta armada pela independência do território então sob a dominação colonial portuguesa.
O diplomata cubano destacou ainda que as cerimónias de hoje são o maior tributo e homenagem que Cuba e a Guiné- Bissau podiam dedicar à memória de Amílcar Cabral, "pai" das independências da Guiné e Cabo Verde, assassinado há precisamente 33 anos.
Com a integração da Faculdade de Medicina na UAC, a única instituição do ensino superior estatal guineense passa a contar com sete cursos: Administração e Gestão, Educação e Comunicação, Sociologia, Economia, Jornalismo, Engenheira Informática e Medicina.
O país dispõe ainda de uma Faculdade de Direito (FDB) cuja assessoria técnica e cientifica é dada pela cooperação portuguesa através da Faculdade de Direito de Lisboa.
