Milhões de pessoas já viram os vídeos na rede social TikTok nos quais aparece o ator Tom Cruise a jogar golfe e a contar piadas. As imagens são tão convincentes que acabaram por se tornar virais, mas não são verdadeiras. Trata-se de um deepfake, um vídeo manipulado por inteligência artificial mas que parece real.
"É tudo real", continua.
This isn't cameo.
— The Hustle (@TheHustle) March 1, 2021
This is deepfake Tom Cruise.
Holy technology. pic.twitter.com/CCpMrd8u1Z
Mas nem neste, nem num outro vídeo em que aparece de óculos de sol a jogar golfe é mesmo o ator Tom Cruise. Embora seja uma desilusão para alguns fãs, esta celebridade nem sequer tem conta no TikTok.
As imagens foram manipuladas por computador, são os denominados vídeos "deepfake" - vídeos alterados digitalmente com tecnologia de Inteligência Artificial.
Na semana passada, surgiram ainda outros dois vídeos nessa mesma conta - cujo nome já indica que se trata aqui de vídeos falsos ou "deepfakes" -, com mais de 382 mil seguidores e 11,3 milhões de visualizações.
This is not Tom Cruise
— Damian Burns (@damianburns) February 26, 2021
This is a deep fake
This probably isn't great news for Cameo pic.twitter.com/CqkzNOAFQp
A conta indica claramente que é falsa ao usar "deep" no nome, mas fica a dúvida se, numa próxima, não aparecerão vídeos falsos numa conta aparentemente fidedigna.
Embora o TikTok ainda não tenha reagido às notícias e ao facto de estes "deepfakes" terem confundido os seus utilizadores, os termos e condições da aplicação digital indicam explicitamente que são proibidas as falsificações de identidade.
"Você não pode: personificar [...] qualquer pessoa ou entidade, ou declarar falsamente ou de outra forma deturpar a sua identidade ou sua afiliação com qualquer pessoa ou entidade, incluindo dar a impressão de que qualquer conteúdo que enviar, publicar, transmitir, distribuir ou disponibilizar de outra forma emana dos Serviços", lê-se nas condições do TikTok.
"Os deepfakes podem ser usados para manipular e ameaçar indivíduos e empresas. Porém, com um melhor entendimento da tecnologia, os executivos podem tomar medidas para se protegerem a si próprios e às suas empresas", denunciam os autores.
"Gostaria que minha previsão estivesse errada", escreveu.
2 years ago on stage I was asked “when will Deepfake video/audio impact trust & be believable in social engineering?” My response then was that we were 2 years away from undetectable Deepfakes. I wish my prediction then was wrong. We need synthetic media detection + labels ASAP. pic.twitter.com/yUUOTDepYY
— Rachel Tobac (@RachelTobac) February 26, 2021
Segundo Tobac, os "deepfakes" podem destruir a confiança do público em determinadas pessoas ou plataformas e ser usados para manipular ou prejudicar as pessoas. A responsável pela empresa de segurança informática destacou ainda a necessidade de haver um software de deteção para sinalizar este tipo de vídeos.
"Se está a desenvolver tecnologia de deteção de media artificial/manipulado, trate de o produzir", acrescentou.
"Falsificações profundas estão a ficar assustadoras e a dominar o TikTok. Cada figura pública deve estar presente com uma conta verificada - mesmo que não queira criar conteúdo - para facilitar a identificação das suas falsificações", escreveu no Twitter.