Família de Jean Charles Menezes rejeita pedido desculpas de Blair
Os familiares de Jean Charles Menezes, o brasileiro morto por engano pela polícia inglesa, rejeitaram hoje o pedido de desculpas do primeiro-ministro britânico, Tony Blair.
Ao lado do Presidente brasileiro, Lula da Silva, que hoje à noite concluiu uma visita de Estado ao Reino Unido, o chefe do Governo britânico voltou hoje a dizer que "lamenta profundamente" que a polícia tenha confundido Jean Charles com um terrorista, em Julho do ano passado, e pediu desculpas à família "por toda a dor que viveram como consequência desse erro trágico".
"Não podemos aceitar pedidos de desculpa de uma pessoa que continua a matar pessoas e que continua a permitir que a política atire a matar", disse esta noite Alex Pereira, primo de Jean Charles.
As declarações foram feitas depois de uma curta reunião com o presidente brasileiro, que aceitou conversar durante vinte minutos com os familiares e amigos de Jean Charles pouco antes de regressar ao Brasil.
"Foi uma reunião muito positiva, em que o Presidente garantiu que vai continuar a acompanhar o caso de perto e que quando chegar ao Brasil se vai esforçar para que tenhamos mais acesso a pormenores da investigação", disse Alex Pereira.
Lula da Silva esteve em Londres durante três dias para uma visita de Estado a convite da Rainha Isabel II, mas evitou sempre falar no caso de Jean Charles, que abalou as relações diplomáticas entre os dois países nos últimos oito meses.
As únicas declarações que fez sobre o assunto foram já na conferência de imprensa com o primeiro-ministro britânico, hoje de manhã, e apenas para confirmar que confia que "as autoridades britânicas estão a fazer o que podem" na investigação.