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Família de pescador morto em bombardeamento apresenta queixa-crime contra Administração Trump
A acusação apresentada num Tribunal Interamericano alega que Alejandro Carranza foi uma vítima colateral dos ataques da ofensiva norte-americana no combate ao narcotráfico nas Caraíbas. A família do pescador colombiano afirma que os EUA cometeram uma violação dos Direitos Humanos.
A família do pescador colombiano Alejandro Andres Carranza Medina apresentou, esta terça-feira, uma queixa contra os Estados Unidos da América perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), alegando que o colombiano foi morto durante um bombardeamento das forças armadas norte-americanas em águas do Caribe.
A denúncia foi submetida pela esposa e pelos quatro filhos, que afirmam ter visto Carranza pela última vez em 15 de setembro, quando saiu para pescar na costa colombiana. Segundo a família, o homem de 42 anos acabou por ser morto no mesmo dia durante uma ofensiva dos EUA na região.
Em declarações ao The Washington Post, o advogado da família, Daniel Kovalik, afirmou que a morte do principal sustento da casa, somada às ameaças que receberam após tornarem o caso público, “virou a vida deles de cabeça para baixo”.
Na queixa formal, à qual a agência France-Presse teve acesso, a família acusa diretamente Pete Hegseth, secretário da Defesa dos EUA, de ter ordenado o bombardeamento de embarcações como a de Carranza e o assassinato de todas as pessoas a bordo, apresentando como referência a reportagem publicada pelo The Washington Post.
Hegseth está atualmente a ser investigado por suspeitas de crime de guerra, na sequência de uma investigação do mesmo jornal que revelou que o líder do Pentágono terá dado uma ordem verbal “para matar toda a gente” a bordo do primeiro navio atingido pela administração Trump no Caribe e no Pacífico Oriental. Dois homens terão sobrevivido ao ataque do primeiro míssil, encontrando-se agarrados aos destroços e desarmados, quando foi dada a ordem para um segundo ataque mortífero.
Esta terça-feira, o secretário norte-americano voltou a atribuir a responsabilidade das mortes a um almirante, afirmando durante uma reunião entre membros do Governo e Donald Trump na Casa Branca que a Administração Trump apoia sempre os seus comandantes “que tomam decisões difíceis em situações difíceis”.
A família do pescador está a requerer uma indemnização, embora o advogado reconheça que a CIDH não tem mecanismos para obrigar os Estados Unidos a cumprir eventuais recomendações.
Kovalik acrescentou ainda que a família anseia que esta denúncia contribua para pôr fim aos ataques norte-americanos no Caribe e “para que parem os assassinatos”.
A Administração Trump tem reiterado que a sua intervenção armada na região é “totalmente consistente com a lei dos conflitos armados”, defendendo que o presidente “está preparado para usar todos os elementos do poder americano para impedir que as drogas inundem o país e levar os responsáveis à justiça”.
“As nossas atuais operações no Caribe são legais, tanto segundo a legislação dos EUA como do direito internacional, com todas as ações em conformidade com as regras dos conflitos armados e aprovadas pelos mais qualificados advogados militares e civis”, lê-se num post de Hegseth na rede social X publicado na semana passada.
Numa declaração divulgada também esta terça-feira, a CIDH declarou estar “profundamente preocupada” com as operações norte-americanas. Sublinhou que “o uso da força militar para fins de segurança pública deve ser excecional, estritamente regulamentada e limitada a circunstâncias em que as autoridades civis são incapazes de responder de forma eficaz».
Esta é a primeira denúncia formal contra os ataques levados a cabo pelo Governo dos EUA em águas próximas da Venezuela, que Donald Trump justifica com o combate ao narcotráfico. A Casa Branca confirmou que, desde o início de setembro, a ofensiva norte-americana lançou 21 ataques contra "traficantes de droga". Os ataques já terão feito mais de 80 mortes.
A denúncia foi submetida pela esposa e pelos quatro filhos, que afirmam ter visto Carranza pela última vez em 15 de setembro, quando saiu para pescar na costa colombiana. Segundo a família, o homem de 42 anos acabou por ser morto no mesmo dia durante uma ofensiva dos EUA na região.
Em declarações ao The Washington Post, o advogado da família, Daniel Kovalik, afirmou que a morte do principal sustento da casa, somada às ameaças que receberam após tornarem o caso público, “virou a vida deles de cabeça para baixo”.
Na queixa formal, à qual a agência France-Presse teve acesso, a família acusa diretamente Pete Hegseth, secretário da Defesa dos EUA, de ter ordenado o bombardeamento de embarcações como a de Carranza e o assassinato de todas as pessoas a bordo, apresentando como referência a reportagem publicada pelo The Washington Post.
Hegseth está atualmente a ser investigado por suspeitas de crime de guerra, na sequência de uma investigação do mesmo jornal que revelou que o líder do Pentágono terá dado uma ordem verbal “para matar toda a gente” a bordo do primeiro navio atingido pela administração Trump no Caribe e no Pacífico Oriental. Dois homens terão sobrevivido ao ataque do primeiro míssil, encontrando-se agarrados aos destroços e desarmados, quando foi dada a ordem para um segundo ataque mortífero.
Esta terça-feira, o secretário norte-americano voltou a atribuir a responsabilidade das mortes a um almirante, afirmando durante uma reunião entre membros do Governo e Donald Trump na Casa Branca que a Administração Trump apoia sempre os seus comandantes “que tomam decisões difíceis em situações difíceis”.
A família do pescador está a requerer uma indemnização, embora o advogado reconheça que a CIDH não tem mecanismos para obrigar os Estados Unidos a cumprir eventuais recomendações.
Kovalik acrescentou ainda que a família anseia que esta denúncia contribua para pôr fim aos ataques norte-americanos no Caribe e “para que parem os assassinatos”.
A Administração Trump tem reiterado que a sua intervenção armada na região é “totalmente consistente com a lei dos conflitos armados”, defendendo que o presidente “está preparado para usar todos os elementos do poder americano para impedir que as drogas inundem o país e levar os responsáveis à justiça”.
“As nossas atuais operações no Caribe são legais, tanto segundo a legislação dos EUA como do direito internacional, com todas as ações em conformidade com as regras dos conflitos armados e aprovadas pelos mais qualificados advogados militares e civis”, lê-se num post de Hegseth na rede social X publicado na semana passada.
As usual, the fake news is delivering more fabricated, inflammatory, and derogatory reporting to discredit our incredible warriors fighting to protect the homeland.
— Secretary of War Pete Hegseth (@SecWar) November 28, 2025
As we’ve said from the beginning, and in every statement, these highly effective strikes are specifically…
Numa declaração divulgada também esta terça-feira, a CIDH declarou estar “profundamente preocupada” com as operações norte-americanas. Sublinhou que “o uso da força militar para fins de segurança pública deve ser excecional, estritamente regulamentada e limitada a circunstâncias em que as autoridades civis são incapazes de responder de forma eficaz».
Esta é a primeira denúncia formal contra os ataques levados a cabo pelo Governo dos EUA em águas próximas da Venezuela, que Donald Trump justifica com o combate ao narcotráfico. A Casa Branca confirmou que, desde o início de setembro, a ofensiva norte-americana lançou 21 ataques contra "traficantes de droga". Os ataques já terão feito mais de 80 mortes.