Família de Robert F. Kennedy Jr. apoia oficialmente recandidatura de Joe Biden

por Lusa

Quinze membros da família de Robert F. Kennedy Jr., candidato independente à Casa Branca nas presidenciais norte-americanas, oficializam hoje o seu apoio à recandidatura de Joe Biden contra o familiar e sobrinho de John F. Kennedy. 

O apoio será dado num evento de campanha em Filadélfia com um discurso de Kerry Kennedy, irmã de Robert F. Kennedy Jr. e o membro desta histórica família política que mais tem criticado a sua candidatura.

Depois de abandonar o partido democrata em 2023 e lançar uma campanha independente, Robert F. Kennedy Jr. granjeou forte oposição dentro da família devido ao risco que representa para a reeleição de Joe Biden, a sua posição antivacinas e as teorias da conspiração que tem disseminado. 

Várias sondagens nacionais colocam-no em terceiro, com cerca de 10% de intenções de voto e à frente de outros candidatos alternativos, como Jill Stein do Partido Verde. O eleitorado também tem uma opinião mais favorável (38,4%) que desfavorável (37,9%) do herdeiro político de John F. Kennedy e Robert F. Kennedy, o que explica a decisão da campanha de Biden de destacar o apoio dos Kennedy a seis meses das eleições. 

A Pensilvânia, onde Biden está em campanha esta semana, é um dos estados críticos para a decisão de quem será o próximo presidente, com 20 votos no colégio eleitoral. Deu a vitória ao republicano Donald Trump em 2016 e ao democrata Joe Biden em 2020. 

No seu discurso, Kerry Kennedy irá invocar os princípios do pai Robert F. Kennedy, que foi procurador-geral entre 1961 e 1964 e mais tarde senador e candidato presidencial, em contraste com Donald Trump. 

"Só posso imaginar como as mentiras e comportamento ultrajantes de Donald Trump teriam horrorizado o meu pai, Robert F. Kennedy, que serviu orgulhosamente como procurador-geral dos Estados Unidos e honrou a sua promessa de defender a lei e proteger o país". 

As declarações preparadas por Kerry Kennedy destacam uma linha direta entre esse legado e o presidente democrata. "O pai defendia a justiça igualitária, os direitos humanos e a liberdade da necessidade e do medo. Tal como o Presidente Biden faz hoje".

Em paralelo, a campanha de Robert F. Kennedy Jr., que desvalorizou o apoio da família a Biden, anunciou ter conseguido acesso aos boletins de voto no Michigan, outro estado crítico em novembro. 

O candidato já conseguiu também as assinaturas necessárias para constar dos boletins no New Hampshire, Nevada, Havai, Carolina do Norte, Idaho, Nebrasca e Iowa, estando também no Utah. 

"Ouvi dizer que parte da minha família vai apoiar hoje o Presidente Biden. Fico contente por estarem politicamente ativos -- é uma tradição familiar", escreveu Robert F. Kennedy Jr. na sua conta na rede social X. "Estamos divididos nas nossas opiniões mas unidos no nosso amor uns pelos outros". 

O candidato, que em fevereiro pediu desculpa aos familiares por um anúncio controverso que passou no intervalo da final do campeonato de futebol norte-americano ("Super Bowl"), escreveu que "muitos membros da família" estão a trabalhar ou a apoiar a sua campanha. 

Em março, cerca de 30 membros do clã Kennedy marcaram presença nos festejos do Dia de São Patrício na Casa Branca e apareceram em fotografias com Biden, mostrando o seu apoio ao Presidente nas redes sociais. Vários pretendem aumentar o seu envolvimento na campanha, fazendo telefonemas e batendo às portas de eleitores após o apoio oficial no evento de hoje. 

Num comício em Los Angeles no final de março, Robert F. Kennedy Jr. disse que pretende "estragar" tanto a campanha de Biden como de Trump. Embora os analistas considerem que a sua presença nos boletins de voto pode desviar mais votos dos democratas, devido a um forte posicionamento ambientalista, também os republicanos estão preocupados, uma vez que Kennedy Jr. se afirma antivacinas e duvidoso da expansão da NATO.

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