Famílias de 2 cidadãos de Trindade e Tobago presumivelmente mortos pedem que autoridades façam buscas
Os familiares de dois cidadãos de Trindade e Tobago alegadamente mortos no ataque norte-americano a um barco de supostos traficantes de droga, anunciado a 14 de outubro, apelaram às autoridades para encontrá-los.
As famílias de Chad Joseph, 26 anos, e Rishi Samaroo, 41 anos, afirmam que eles falaram com os seus familiares antes de embarcarem no barco destruído e alegam que o ministro dos Negócios Estrangeiros do seu país recusou-se a confirmar a morte dos dois cidadãos.
As autoridades do país caribenho não confirmaram nem desmentiram que dois dos seus cidadãos estavam entre os seis mortos no ataque norte-americano.
A polícia disse à agência de notícias francesa AFP que estava a investigar.
"Não houve qualquer contacto com as autoridades. Ninguém nos contactou. Se o ministro afirma que os dois homens estão desaparecidos, então ele deveria procurá-los", afirmou à AFP Sallycar Korasingh, 31 anos, irmã de Rishi Samaroo.
Zorina Samaroo, 60 anos, mãe de Rishi Samaroo, declarou à AFP que tinha-se dirigido à esquadra de polícia de Barataria na semana passada, para apresentar uma queixa, e que a polícia a informou que não podia tratar do caso, uma vez que o incidente ocorreu em águas internacionais.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Sean Sobers, declarou no domingo numa conferência de imprensa que os dois homens "podem muito bem estar desaparecidos".
"Não sabemos se estão mortos. Não sabemos se eram as pessoas presentes nos barcos que teriam sido destruídos", afirmou o chefe da diplomacia de Trindade e Tobago.
"Na ausência de provas, o melhor é dirigir-se à polícia e reportar um desaparecimento", acrescentou então o ministro.
Na terça-feira, Lynette Burnely, de 53 anos, tia de Chad Joseph, confidenciou que a família pensava que ele estava morto, mas mantinha ainda uma pequena esperança, porque "nenhum corpo foi encontrado na costa".
Os Estados Unidos, cujos navios de guerra conduzem operações contra o narcotráfico nas regiões das Caraíbas e Pacífico, reivindicaram nas últimas semanas 14 ataques a embarcações, que dizem estar ligadas ao tráfico de droga, e que teriam causado um total de 58 mortos.
A primeira-ministra de Trindade e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, firme apoiante do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, multiplicou declarações hostis ao governo venezuelano nas últimas semanas e aceitou que um navio de guerra norte-americano realizasse exercícios militares no seu país.
Observadores consideram que as autoridades de Trindade e Tobago não querem reconhecer a morte dos seus cidadãos para não terem de se posicionar sobre os ataques do seu aliado, cuja legalidade é amplamente questionada.