Fazendeiro sul-africano alveja mulher negra e diz tê-la confundido com um hipopótamo

por RTP
Reuters

Um fazendeiro sul-africano irá responder em tribunal por ter ferido a tiro uma mulher que pescava no rio. O réu disse ter confundido a vítima com um hipopótamo e foi mandado em liberdade com uma fiança equivalente a 60 euros.

A Procuradoria-Geral sul-africana acusou o fazendeiro branco de 77 anos, Paul Hendrik van Zyl de seu nome, de homicídio na forma tentada, mas foi dizendo que era ele o proprietário da fazenda onde ocorreu o incidente.

Por sua vez, um porta-voz da polícia referiu que "o suspeito detido alegou que estava a disparar contra os animais" e testemunhas recordam ter ouvido van Zyl a explicar à polícia que julgava estar a disparar contra hipopótamos e macacos.

A vítima ferida, Ramokone Linah, de 38 anos, pescava com o seu companheiro e foi atingida num braço. O companheiro conseguiu esconder-se quando o fazendeiro começou a disparar na direcção de ambos e foi ele que avisou depois a polícia e os serviços de emergência médica.

O caso correu rápido nas redes sociais e o grupo de activistas conhecido como EFF (Economic Freedom Fighters) convocou uma manifestação à porta do tribunal, reclamando prisão firme para o autor dos disparos. Mas este acabou por ser libertado com uma caução equivalente a um pouco menos de 60 euros. 

O caso voltará ao tribunal, para julgamento, em 18 de maio.

A África do Sul pós-apartheid tem um historial de fazendeiros brancos a alvejarem negros e a alegarem depois que os confundiram com animais. Há cinco anos um fazendeiro tinha disparado sobre um dos seus trabalhadores, dizendo depois que o confundira com um macaco. 

Ambos os incidentes ocorreram na província do Limpopo.
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