Festa do Sucot explica presença de milhares de israelitas

A presença de milhares de turistas israelitas no Sinai, nesta época do ano, prende-se com a festa religiosa judaica do Sucot - a Festa das Cabanas ou Tabernáculos - que se prolonga por oito dias.

Agência LUSA /

A província egípcia do Sinai, em Taba, é um destino turístico por excelência, escolhido pela paisagem de contraste em que as praias do Mar Vermelho, ao longo de 200 quilómetros de costa, confinam com o deserto e rochas multicolores.

O hábito israelita de viajar para esta zona neste feriado começou ainda na época da ocupação israelita do Sinai, até ao acordo de paz, que devolveu o Sinai ao Egipto.

O feriado oficial em Israel de quinta-feira - último dia do Sucot - coincidiu com o feriado egípcio, comemorativo da Guerra de 1973, a que os israelitas chamam a Guerra de Kipur e os egípcios celebram pelo calendário civil e denominam de Guerra de Outubro, o que contribuiu para dificultar as operações de salvamento.

Uma testemunha ocular, na praia de Ras-a-satan, 50 quilómetros a sul de Taba, onde os turistas acampam, disse à rádio israelita que uma ambulância egípcia só chegou ao local 45 minutos depois das explosões, sublinhando também a dificuldade em passar por barreiras policiais egípcias - a zona foi encerrada após os atentados - e os controlos fronteiriços, que exigiam a apresentação dos passaportes às centenas de israelitas que fugiam e mesmo a feridos.

Dada a situação de emergência, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Sylvan Shalom, telefonou ao seu homólogo egípcio pedindo-lhe que as ambulâncias e equipas de emergência de Eilat (Israel) pudessem entrar em território egípcio.

Em Taba encontrava-se já equipamento pesado e pessoal, aerotransportados do centro de Israel.

Um avião-hospital foi também enviado para a zona de Taba, após uma conversa entre o primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon, e o seu homólogo egípcio, Hosni Mubarak.

Há cerca de um mês que as autoridades israelitas estão a emitir avisos, quer pelos meios de comunicação, quer pela Internet, sobre problemas de segurança na área do Sinai, especialmente durante os feriados, dada o risco de atentados.

Em entrevista à rádio israelita, Shalom afirmou que encerrar a fronteira com o Egipto seria problemático, sobretudo quando Israel tem vindo a reclamar contra os governos estrangeiros, que aconselham os residentes a evitar visitas a Israel por causa dos atentados palestinianos.

Shalom acrescentou que nenhum dos israelitas que se encontrava no Sinai pode alegar desconhecimento do risco de viajar para a região.


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