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Filipe Nyusi pede "cabeça fria" a todos os intervenientes

por Lusa
Lusa

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu hoje "cabeça fria" a todos os intervenientes em Cabo Delgado e nos empreendimentos ligados ao gás natural, após o ataque armado de 24 de março a Palma.

"Nós queríamos convidar todos os intervenientes a ter o poder de superação. Em momento difíceis de crise, a cabeça fria ajuda a tomar decisões racionais", referiu o chefe de Estado. 

Filire Nyusi falava em Maputo, durante a sessão de abertura de um evento ligado à indústria extrativa, com participantes do setor e num discurso em que resumiu as promissoras perspetivas no país na área, ensombradas pela insegurança.

O chefe de Estado fez referência ao mais recente ataque de grupos armados que aterrorizam a região há três anos e meio e que levaram a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o maior investimento em África, no valor de 20 mil milhões de euros, no distrito de Palma.

"É preciso persistência, é preciso disciplina, como nós agimos. Porque, se não, podemos ser levados a tomar decisões precipitadas que podem não ajudar a disciplina, abordagens corretas, acertadas e com órgãos certos", acrescentou.

No que respeita ao cenário nacional, Nyusi fez ainda referência a "tendências não menos preocupantes" na região centro, "onde ainda se verificam ataques armados da junta militar [um grupo dissidente] da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, oposição) contra civis e Forças de Defesa e Segurança (FDS)".

"Moçambique pretende evitar experiências universais que negligenciaram a criação de riqueza provinda dos seus recursos para o desenvolvimento das suas próprias economias", acrescentou.

No final, deixou um compromisso renovado com a paz: "De forma honesta deixo registada a minha palavra de que o Governo tudo fará para que se estabeleça a paz em Moçambique" e assim se garanta "a continuidade dos investimentos que pretendem minimizar as vulnerabilidades sócioeconómicas do povo moçambicano".

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, com alguns ataques reclamados pelo grupo `jihadista` Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 714.000 deslocados de acordo com o Governo moçambicano.

O mais recente ataque foi feito em 24 de março contra a vila de Palma, provocando dezenas de mortos e feridos, num balanço ainda em curso.

As autoridades moçambicanas recuperaram o controlo da vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás com início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.

 

 

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