Filipe promete empenho para "intensificar diálogo" entre belgas
Bruxelas, 21 jul (Lusa) - O novo rei da Bélgica, Filipe, prometeu hoje "intensificar o diálogo" entre belgas, divididos entre flamengos e valões, e pediu "um novo `élan` de entusiasmo".
Em declaração no parlamento belga, após o juramento para suceder ao pai, Alberto II, Filipe, de 53 anos, sublinhou que colocará "toda a vontade ao serviço de todos" os cidadãos da Bélgica.
"Demos todos juntos um novo élan de entusiasmo ao país!, disse, em alemão, francês e holandês, as três línguas oficiais na Bélgica.
Perante toda a família real e representantes políticos e judiciais, o monarca jurou "observar a Constituição e as leis do povo belga, manter a independência nacional e a integridade do território" da Bélgica.
"Acabo de prestar o juramento constitucional e estou consciente da responsabilidade que me impõem. É uma promessa solene", disse Filipe, acrescentando que "daqui a alguns anos [2030] se cumprirão 200 anos do estabelecimento da confiança entre o rei e o povo belga e, hoje, essa confiança renova-se".
Numa cerimónia em que estiveram ausentes os representantes do partido separatista flamengo Vlaams Belang e o presidente dos nacionalistas de Flandres do N-VA, Filipe acentuou que "a confiança se manteve" no reinado de Alberto II, "profundamente humano, atento e comprometido como chefe de Estado".
O rei comprometeu-se a iniciar o seu reinado "com a vontade" de "trabalhar para o perfeito entendimento com o Governo e em respeito pela Constituição", assim como reforçar o diálogo entre as instituições e os cidadãos.
Filipe disse que a "força da Bélgica reside na diversidade", pelo que defendeu que se deve "dar sentido a essa força", lembrando o caráter federal da Bélgica e apelando ao consenso político.
O novo soberano, o sétimo na Bélgica, sucedeu ao pai, Alberto II, que reinou o país de pouco mais de 10 milhões de habitantes durante 20 anos e que abdicou por razões de saúde.
A monarquia belga é vista como um dos derradeiros símbolos da unidade do país, com crises políticas nos últimos 40 anos.