Foguetões russos vão ser lançados na Guiana Francesa
Representantes da agência espacial russa Roscosmos e do consórcio europeu Arianespace assinaram hoje um contrato que prevê a construção de rampas de lançamento para foguetões russos no Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa.
O documento, assinado por Anatoly Perminov, director da Roscosmos, e Jean-Yves le Gall, director-geral da Arianespace, estabelece os termos do financiamento das obras que permitirão o lançamento de foguetões Soyuz em Kourou a partir de 2008.
O contrato abrange a construção de rampas de lançamento, um centro de controlo, obras de infra-estruturas e outros trabalhos necessários para adequar as Soyuz às condições de exploração na Guiana.
O projecto Soyuz-CGS é um programa conjunto da Rússia e da Agência Espacial Europeia (ESA), em que participa o Banco Europeu de Investimentos (BEI).
Na execução do projecto, orçado em 344 milhões de euros, intervém, além da Arianespace, o Consórcio Europeu da Aeronáutica, da Defesa e do Espaço (EADS) e a empresa russa Progress, com sede em Samara, nos Urais.
A Soyuz-CSG é um projecto considerado mutuamente vantajoso por oferecer ao mercado internacional mais opções na colocação de satélites em órbita.
Com os Soyuz russos, a ESA terá acesso a foguetões portadores de tipo médio, que não são produzidos pela indústria espacial dos seus países membros.
Por seu lado, a Rússia poderá aumentar o rendimento destes foguetões, dado que um Soyuz lançado de Kourou poderá levar cargas de até quatro toneladas para órbitas geoestacionárias a 36.000 quilómetros de altitude.
Os Soyuz até agora lançados pela Rússia no cosmódromo de Baikonur (Cazaquistão) só podem levar satélites de 1,5 toneladas.
O rendimento a tirar destes foguetões deve-se ao facto de Kourou se encontrar perto da linha equatorial, de onde um foguetão aproveita ao máximo a velocidade de rotação da Terra, o que aumenta a aceleração.
Além disso, lançado daquela zona do planeta, o foguetão segue a melhor trajectória, por ser o equador o caminho mais curto até às órbitas geoestacionárias.