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França. Confrontos com polícia nos protestos contra medidas de austeridade
Milhares de pessoas decidiram sair à rua neste dia, em França. Protestam em varias cidades contra as medidas de austeridade prometidas pelo Governo, numa altura em que a dívida e o défice apresentam valores preocupantes.
Foto: Yoan Valat - EPA
A manifestação começou às 14:00 horas (13:00 de Lisboa) e percorreu um trajeto de cerca de dois quilómetros, ficando marcada para altercações com os agentes de segurança espalhados pela cidade, com carrinhas e carros blindados, incluindo camiões com canhões de água.
Nos vários momentos de tensão com a polícia de choque, manifestantes gritavam ser "antifascistas" e "todos odeiam a polícia", enquanto lançavam petardos contra a polícia e partiam paragens de autocarros e vidros de lojas.
O cortejo contou com dezenas de carrinhas dos sindicatos, com alguns militantes a lançar tochas de fumo e incendiar caixotes do lixo e outros apenas a gritar e segurar cartazes com frases como "juntos contra a austeridade", "Macron demissão, greve geral para bloquear tudo", "Palestina livre" e "taxar os ricos".
O protesto, apoiado pela maioria dos sindicatos, tinha sido convocado no final de agosto contra o pacote de cortes que o Governo do ex-primeiro-ministro François Bayrou preparava para 2026 para reduzir o elevado endividamento do país e cumprir os compromissos orçamentais com a União Europeia, com um plano de cortes de quase 44 mil milhões de euros.
O novo chefe de Governo, o quarto em apenas 12 meses, não deu pistas sobre o tipo de medidas que pretende implementar no projeto orçamental, que deve apresentar antes de meados de outubro, mas promete "mudanças profundas" para tirar a França da crise.
Em Paris, a polícia teve de intervir para impedir a invasão de um banco, disparando granadas de gás lacrimogéneo quando foi atacada por pedras e garrafas, e fazendo detenções de manifestantes.
Em todo o país estavam previstos mais de 250 cortejos, com uma previsão de participação de 900.000 pessoas, segundo as autoridades, que receiam a ação de grupos antissistema considerados violentos, como os "Black Blocs".
Pelo menos três pessoas ficaram feridas e 140 foram detidas.
c/ Lusa