Paris, 31 out (Lusa) -- As autoridades francesas expulsaram hoje um imã tunisino que vivia há muito em França e que é acusado de defender a guerra santa, a violência contra as mulheres e o antissemitismo.
Mohamed Hammami, 77 anos, era o responsável religioso da Mesquita Omar, no centro de Paris, e "durante os seus sermões fez declarações abertamente hostis em relação aos valores da República", indicou o Ministério do Interior francês.
"Ele valorizou a `jihad` (guerra santa) violenta, proferiu comentários antissemitas e justificou o uso da violência e a punição corporal contra as mulheres", acusou o ministério.
"Decidimos ser intransigentes em relação aos que realizam discursos de ódio em relação à República e aos nossos valores e expulsar responsáveis, militantes religiosos que defendem um Islão radical", comentou à imprensa o ministro do Interior, Manuel Valls.
O advogado do imã, Salah Djemai, qualificou a medida de expulsão como "processo medieval".
No final de março, a França impediu a entrada a diversos pregadores "extremistas" convidados para um encontro na região parisiense, nomeadamente o xeque sunita do Qatar Yussef Qaradaui, o palestiniano Akrima Sabri, os sauditas Ayed Bin Abdallah Al Qarni e Abdallah Basfar e o egípcio Safwat Al Hijazi.