Frente Polisário não trata saarauis como "refugiados" - Rei Mohamed VI

O rei Mohamed VI de Marrocos acusou hoje os independentistas da Frente Polisário de não tratarem como "refugiados" os saarauis que vivem nos campos de Tinduf, na Argélia.

Agência LUSA /

Nos campos de Tinduf "não se autoriza a supervisão do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, nem a realização de um censo para determinar a verdadeira identidade dos saarauis", afirmou o monarca num discurso proferido por ocasião do sexto aniversário da sua entronização transmitido em directo pela principal cadeia de televisão de Marrocos.

"Aos saarauis dos campos de Tinduf - assinalou - está a ser negado o direito de voltarem livremente para a sua pátria, que é Marrocos".

Nesse sentido, o rei marroquino apelou à comunidade internacional para que investigue os "desaparecimentos nos campos de Tinduf, bem como o caso das pessoas que a Frente Polisário deportou à força para esses campos".

Mohamed VI considerou também que a comunidade internacional deve "assumir a responsabilidade pela exploração abjecta da situação dramática imposta aos soldados marroquinos prisioneiros de guerra".

"Marrocos, fiel aos pactos e acordos internacionais, não abandona à sua sorte nenhum dos seus cidadãos", afirmou, aludindo aos 408 prisioneiros de guerra marroquinos em poder da Frente Polisário.

Reiterou, noutro passo, que Marrocos está apostado em encontrar para o conflito no Saara Occidental "uma solução política (Ó), no marco de uma autonomia que respeite a soberania".

O Saara Ocidental, ex-colónia espanhola, foi anexado por Marrocos em 1975, o que deu origem a um conflito com os independentistas da Frente Polisário, apoiados pela Argélia e que auto- proclamaram a República Árabe Saaraui Democrática.

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