Mundo
Fuga de petróleo foi estancada
A tentativa de estancar a fuga de petróleo iniciada ontem às 19h30 (hora de Lisboa) está a ter êxito. Segundo hoje anunciou, por volta das 13h30 o almirante Thad Allen, da guarda-costeira norte-americana, deixou de escoar-se petróleo pela fuga causada há cerca de cinco semanas na explosão da palataforma costeira "Deepwater Horizon".
Durante a manhã, a BP não pudera ainda dar a certeza do sucesso da operação, porque continuava a emergir do ponto de fuga uma massa de substâncias que ainda não fora possível analisar de forma concludente. "O que vêem subir à superfície é, muito provavelmente, lodo", disse Hayward aos jornalistas. "Não podemos confirmá-lo plenamente, porque ainda não pudemos recolher amostras. Mas até onde sabemos, estamos a ser bem sucedidos", acrescentou.
Uma operação de riscoO processo, consistindo em vedar a fuga com uma lama compacta, tem sido utilizado noutras ocasiões com êxito comprovado. Mas esta era a primeira vez que se utilizava a 1.600 metros de profundidade, onde nenhum ser humano ou nave tripulada por seres humanos pode operar, e onde todos os trabalhos têm de ser levados a cabo por robots submarinos. A BP calculava ontem as probabilidades de sucesso em 60 a 70 por cento.
Antes da presente tentativa para vedar a fuga, a BP tinha empreendido uma outra para tapá-la com uma grande campânula de cimento. A tentativa tinha falhado, o petróleo continuara a fluir para a superfície e a maré negra a alastrar nas costas do Golfo do México, contaminando gravemente 160 quilómetros de costa da Louisiana e ameaçando a Florida.
Desde o acidente ocorrido em 20 de Abril na plataforma costeira "Deepwater Horizon", calcula-se que a fuga tenha libertado para o mar mais de sete milhões de litros de crude.
Erros atrás de erros Por ocasião da explosão e incêndio, morreram onze trabalhadores da plataforma costeira. Uma comissão de inquérito da Câmara dos Representantes norte-americana viu ontem admitido pela BP que tinha havido pouco antes da catástrofe vários sinais de perigo ignorados pelos responsáveis da empresa. Notava-se, nomeadamente, a ascensão de gás pelas tubagens de evacuação do crude.
Apesar disso, a BP admite que continuaram a cometer-se erros de aligeiramento das precauções e de violação de normas de segurança, como foi o de se retirar lamas pesadas e de se substituir essas lamas por água do mar, que seria ineficaz para evitar a explosão. O mecânico-chefe da plataforma, Doug Brown, testemunhou diante duma comissão de inquérito do Estado da Louisiana que 11 horas antes da tragédia recebera de um responsável da empresa instruções para retirar as lamas da zona da perfuração - prematuramente, como já na altura era evidente e como depois ficou confirmado.
Um teste de rotina realizado três horas antes da explosão também revelara anomalias, que no entanto se optou por ignorar, para prosseguir com a extracção de crude como se nada se passasse.
Multinacionais no jogo do empurra Sem prejuízo de admitir que se cometeu todas estas entorses às normas de segurança, o presidente da BP mantém no entanto que "há aqui várias empresas envolvidas, incluindo a BP, e é demasiado cedo, e também não nos compete a nós, para decidir quem é culpado". As outras duas empresas referidas com mais frequência entre as co-responsáveis da catástrofe são a suíça Transocean e a norte-americana Halliburton. Todas fizeram o possível por atribuir-se mutuamente as culpas diante da comissão de inquérito, no que o presidente Obama considerou "um espectáculo ridículo".
A atribuição de responsabilidades é particularmente relevante quando agora se confirma a passagem duma fase de estancamento da fuga a uma fase de reparação dos estragos.
Para já, Barack Obama anunciou uma segunda visita, a realizar na sexta-feira, à região sinistrada. Mas o governador do Estado da Louisiana, Bobby Jindal, já hoje deu sinais de que o presidente não deve contar com um acolhimento triunfal, ao criticar a Administração Obama por uma excessiva lentidão em reagir à crise.
Uma operação de riscoO processo, consistindo em vedar a fuga com uma lama compacta, tem sido utilizado noutras ocasiões com êxito comprovado. Mas esta era a primeira vez que se utilizava a 1.600 metros de profundidade, onde nenhum ser humano ou nave tripulada por seres humanos pode operar, e onde todos os trabalhos têm de ser levados a cabo por robots submarinos. A BP calculava ontem as probabilidades de sucesso em 60 a 70 por cento.
Antes da presente tentativa para vedar a fuga, a BP tinha empreendido uma outra para tapá-la com uma grande campânula de cimento. A tentativa tinha falhado, o petróleo continuara a fluir para a superfície e a maré negra a alastrar nas costas do Golfo do México, contaminando gravemente 160 quilómetros de costa da Louisiana e ameaçando a Florida.
Desde o acidente ocorrido em 20 de Abril na plataforma costeira "Deepwater Horizon", calcula-se que a fuga tenha libertado para o mar mais de sete milhões de litros de crude.
Erros atrás de erros Por ocasião da explosão e incêndio, morreram onze trabalhadores da plataforma costeira. Uma comissão de inquérito da Câmara dos Representantes norte-americana viu ontem admitido pela BP que tinha havido pouco antes da catástrofe vários sinais de perigo ignorados pelos responsáveis da empresa. Notava-se, nomeadamente, a ascensão de gás pelas tubagens de evacuação do crude.
Apesar disso, a BP admite que continuaram a cometer-se erros de aligeiramento das precauções e de violação de normas de segurança, como foi o de se retirar lamas pesadas e de se substituir essas lamas por água do mar, que seria ineficaz para evitar a explosão. O mecânico-chefe da plataforma, Doug Brown, testemunhou diante duma comissão de inquérito do Estado da Louisiana que 11 horas antes da tragédia recebera de um responsável da empresa instruções para retirar as lamas da zona da perfuração - prematuramente, como já na altura era evidente e como depois ficou confirmado.
Um teste de rotina realizado três horas antes da explosão também revelara anomalias, que no entanto se optou por ignorar, para prosseguir com a extracção de crude como se nada se passasse.
Multinacionais no jogo do empurra Sem prejuízo de admitir que se cometeu todas estas entorses às normas de segurança, o presidente da BP mantém no entanto que "há aqui várias empresas envolvidas, incluindo a BP, e é demasiado cedo, e também não nos compete a nós, para decidir quem é culpado". As outras duas empresas referidas com mais frequência entre as co-responsáveis da catástrofe são a suíça Transocean e a norte-americana Halliburton. Todas fizeram o possível por atribuir-se mutuamente as culpas diante da comissão de inquérito, no que o presidente Obama considerou "um espectáculo ridículo".
A atribuição de responsabilidades é particularmente relevante quando agora se confirma a passagem duma fase de estancamento da fuga a uma fase de reparação dos estragos.
Para já, Barack Obama anunciou uma segunda visita, a realizar na sexta-feira, à região sinistrada. Mas o governador do Estado da Louisiana, Bobby Jindal, já hoje deu sinais de que o presidente não deve contar com um acolhimento triunfal, ao criticar a Administração Obama por uma excessiva lentidão em reagir à crise.