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Funcionários da principal transportadora pública angolana iniciam greve

por Lusa

Luanda, 23 out (Lusa) - Os trabalhadores da empresa estatal de Transportes Coletivos e Urbanos de Luanda (TCUL) iniciaram hoje a uma greve parcial de 72 horas, para reivindicar, entre outros sete pontos, a regularização das contribuições para a segurança social.

Segundo o coordenador do bureau sindical da TCUL, Otávio Francisco, apenas 20 dos 80 autocarros da empresa estão em funcionamento, em cinco rotas determinadas pela direção da empresa, que não inclui viagens para o centro da cidade.

Otávio Francisco referiu que a greve terá a duração de três dias, passando depois desse período para uma paralisação total, caso não haja resposta aos pontos reivindicados.

"São sete pontos. Desses, os mais pertinentes, que gostaríamos de ver resolvidos, são a segurança social, porque temos mais de 100 trabalhadores a aguardar pela reforma e isso cria vários constrangimentos, também estamos a falar do subsídio de alimentação", disse o sindicalista.

A TCUL, empresa responsável pelo transporte diário de mais de 10.000 passageiros, até há dois anos, num comunicado sobre a ameaça de greve, divulgado segunda-feira, referiu que não tem condições, atualmente, para responder na totalidade às reivindicações apresentadas.

De acordo com o documento, a empresa reconhece que as reivindicações têm mais de dez anos, mas no momento a sua resolução torna-se difícil devido à crise económica e financeira que o país vive e em particular a empresa.

A administração realça o facto de terem sido atualizados os salários dos trabalhadores até setembro deste ano, mas lamenta o facto de os investimentos feitos pelo Governo nos últimos anos para recuperação da empresa não terem surtido efeito devido aos resultados negativos da empresa, principalmente consequência da baixa produtividade e excesso de pessoal.

Relativamente à regularização da dívida com a segurança social, Imposto de Rendimento Trabalho e os subsídios de diuturnidade e de alimentação, bem como a melhoria da assistência médica e medicamentosa, a entidade patronal adianta que todas essas reclamações estão a ser equacionadas superiormente, pelo que apela ao bom senso dos trabalhadores.

Em março deste ano, o presidente do conselho de administração da TCUL, Abel Cosme, admitiu que a empresa apresenta um excesso de pessoal, apontando a necessidade de uma avaliação ou diagnóstico da mão-de-obra necessária e a reconversão de alguns.

Abel Cosme disse ainda na altura que a rentabilidade da principal transportadora pública da capital angolana não é das melhores.

Com uma frota de 240 autocarros, 25 dos quais em serviço interprovincial, a empresa conta 70 autocarros para o transporte diário de passageiros, prevendo alargar este número, ainda este ano, para 185 autocarros.

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