A declaração foi feita pelo primeiro-ministro britânico, esta segunda-feira. Londres acolheu a cimeira UE-Reino Unido, algo que não acontecia há cinco anos, portanto desde o Brexit.
Keir Starmer garante que os acordos entre o Reino Unido e a União Europeia são vantajosos para ambas as partes e fortalecem os laços na defesa e no comércio. É o início de " uma nova era no nosso relacionamento" sublinha o líder do Governo britânico.
Durante a conferência de imprensa conjunta com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, a satisfação de todos foi visível.
António Costa destacou três prioridades com este acordo: a segurança dos cidadãos, a prosperidade económica e a paz na Europa. O Presidente do Conselho Europeu garante que os acordos "são mais do que palavras em papel, refletem os compromissos comuns".
António Costa aplaudiu um "novo capítulo na relação entre os dois vizinhos, aliados "e amigos" depois do Brexit.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defende que estes acordos enviaram uma mensagem de que os países europeus se mantêm unidos.
"Num momento de instabilidade global, e quando o nosso continente enfrenta a maior ameaça que já enfrentou em gerações, nós, na Europa, mantemo-nos unidos", disse von der Leyen.
O caminho percorrido e o que está acertadoOs sorrisos dos líderes só foram possíveis porque houve negociações de última hora entre a União Europeia e o Reino Unido que desbloquearam um acordo para relançar as relações na cimeira desta manhã em Londres.
De acordo com diplomatas em Bruxelas, citados pelas agências de notícias, estas negociações só foram concluídas na madrugada de segunda-feira e acertaram o passo sobre três textos: uma declaração sobre objetivos comuns de política externa, um pacto sobre segurança e defesa e um entendimento comum sobre várias áreas de cooperação futura.
Uma das questões mais difíceis foi a dos direitos de pesca dos navios europeus em águas britânicas. Agora o acordo prolonga esses direitos por mais 12 anos e, segundo fontes citadas pela agência AFP, evita as negociações anuais previstas a partir de junho de 2026.
Este prolongamento era uma exigência de vários países europeus, nomeadamente França, e equivale ao triplo do que era proposto pelos britânicos no início das conversações, adiantaram os diplomatas.
Em contrapartida, o Reino Unido vai poder exportar mais facilmente os produtos agroalimentares para o mercado europeu. Isto porque há o reconhecimento mútuo das normas fitossanitárias, que vão permitir reduzir controlos e burocracia nas fronteiras.
Quanto ao pacto de segurança e defesa, o Reino Unido e as empresas britânicas vão poder participar em iniciativas europeias relacionadas com o rearmamento.
No que diz respeito à imigração ilegal, Reino Unido e União Europeia comprometem-se a reforçar a cooperação para reduzir o fluxo de migrantes através do Canal da Mancha.
A questão da mobilidade dos jovens europeus, nomeadamente estudantes, e o regresso do Reino Unido ao programa Erasmus foi adiada para futuras negociações.