Mundo
Guerra na Ucrânia
"Gatos gordos em escritórios de luxo". Grupo Wagner aponta ao Kremlin a partir de Bakhmut
Foi com um vídeo nas redes sociais que o líder do grupo Wagner criticou o Kremlin e acusou os altos dirigentes russos de falharem com a entrega de munições. Yevgeny Prigozhin anunciou ainda, esta sexta-feira, que a organização paramilitar russa vai retirar-se da cidade ucraniana de Bakhmut.
Com dezenas de corpos como cenário e em tom austero, Prigozhin queixou-se da falta de munições. Num vídeo divulgado esta sexta-feira nas redes sociais, o líder do grupo de mercenários acusou as autoridades russas de não fornecerem armamento e munições e, por isso, de serem responsáveis pelas mortes dos militares que lutam pela ofensiva russa.
Com imagens chocantes de vários cadáveres e alguns palavrões, Prigozhin não poupou o Kremlin, criticando diretamente o ministro russo da Defesa e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia.
“Falta-nos 70 por cento da munição necessária”, afirmou o chefe do grupo Wagner, no vídeo publicado no Telegram, iluminando com uma pequena lanterna os cadáveres caídos perto do que parece ser a linha de frente da guerra.
"Shoigu, Gerasimov, onde está a munição?", questionou Prigozhin, dirigindo-se diretamente ao ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e ao chefe das Forças Armadas, o general Valery Gerasimov.
As imagens mostram cadáveres de alegados combatentes contratados pela empresa Wagner em solo ucraniano. Segundo Prigozhin acrescenta, o número de baixas seria menor se a empresa privada tivesse recebido a "devida quantidade" de munições para os combates em território ucraniano invadido pela Rússia.
"Vocês, sua escória, frequentam clubes caros e os vossos filhos estão a aproveitar a vida, a gravar os seus pequenos vídeos no YouTube", insultou ainda, dirigindo-se aos altos dirigentes de Moscovo. "Estes são os pais de alguém, são os filhos de alguém. (...) E esta escória que não nos está a fornecer munições, vai comer a as próprias entranhas no inferno".
Com imagens chocantes de vários cadáveres e alguns palavrões, Prigozhin não poupou o Kremlin, criticando diretamente o ministro russo da Defesa e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia.
“Falta-nos 70 por cento da munição necessária”, afirmou o chefe do grupo Wagner, no vídeo publicado no Telegram, iluminando com uma pequena lanterna os cadáveres caídos perto do que parece ser a linha de frente da guerra.
"Shoigu, Gerasimov, onde está a munição?", questionou Prigozhin, dirigindo-se diretamente ao ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e ao chefe das Forças Armadas, o general Valery Gerasimov.
“Estes são os rapazes que morreram hoje, o sangue ainda está fresco”, disse, apontando para os corpos em pano de fundo. “Vieram aqui como voluntários e estão a morrer para que vocês possam sentar-se como gatos gordos nos vossos escritórios de luxo”.
"Escória"
"Escória"
Os combatentes contratados, sublinhe-se, constituem a força de assalto de Moscovo que se encontram desde o final do ano passado na cidade de Bakhmut, no zona ocidental da Ucrânia. Já na quinta-feira, o líder do grupo Wagner disse que em "apenas um dia de combate morreram 116 combatentes" devido à escassez de munições que considerou "gravíssima".
Recorde-se que não é a primeira vez que o grupo paramilitar critica o Ministério da Defesa pelos problemas de abastecimento de material bélico, sobretudo munições. E já em março, Prigozhin ameaçou retirar os soldados do Wagner da cidade ucraniana.
Recorde-se que não é a primeira vez que o grupo paramilitar critica o Ministério da Defesa pelos problemas de abastecimento de material bélico, sobretudo munições. E já em março, Prigozhin ameaçou retirar os soldados do Wagner da cidade ucraniana.
"Obrigados a transferir posições"
E esta sexta-feira o chefe dos mercenários russos a combater na Ucrânia anunciou que, devido à falta de munições e de apoio por parte do Kremlin, vai retirar os combatentes do grupo Wagner a 10 de maio da cidade ucraniana de Bakhmut.
"Declaro, em nome dos combatentes do Wagner, em nome do comando do Wagner, que a 10 de maio de 2023, somos obrigados a transferir posições no assentamento de Bakhmut para unidades do Ministério da Defesa e a retirar os restos dos acampamentos logísticos do Wagner para lamber as nossas feridas”, anunciou Prigozhin, num comunicado citado pela Reuters.
"Estou a retirar as unidades Wagner de Bakhmut porque, na ausência de munição, estão condenadas a perecer sem sentido".
"Estou a retirar as unidades Wagner de Bakhmut porque, na ausência de munição, estão condenadas a perecer sem sentido".