Gaza. Países árabes e muçulmanos querem encontro com Trump para discutir plano de paz

Vários países do mundo árabe querem um encontro com Donald Trump na cidade de Nova Iorque para discussões sobre um plano de estabilização, mandatado pelas Nações Unidas, na Faixa de Gaza. O pedido vem no seguimento do reconhecimento oficial do Estado da Palestina por parte do Reino Unido, Austrália e Canadá, exemplo seguido por Portugal.

RTP /
Reuters

Israel mantém a posição de rejeitar qualquer solução de dois Estados e acusa os países ocidentais de darem força ao Hamas e de recompensarem o terrorismo. França, que deverá reconhecer o Estado da Palestina brevemente, contrapôs, face à posição israelita, afirmando que um plano de estabilização na Faixa de Gaza iria marginalizar o grupo e tirar-lhe poder.

De acordo com o Guardian, a proposta para uma reunião com Donald Trump irá ser feita esta segunda-feira na conferência das Nações Unidas no sentido de criar uma força de estabilização da paz naqueles territórios, desarmar o Hamas e treinar a Autoridade Palestiniana como força policial.

Vários países do Médio Oriente, árabes e muçulmanos, querem aproveitar a vaga de reconhecimentos oficiais do Estado da Palestina para encetar conversações e voltar a apresentar os seus argumentos: o poder na Faixa de Gaza deve ser retirado ao Hamas e transferido para um governo eleito democraticamente com mandato para liderar Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Este.

No seguimento de todos estes passos seria pedido ao Hamas para que depusesse as armas e as entregasse à nova Autoridade Palestiniana.

A expectativa é que Donald Trump se junte aos líderes da Turquia, Emirados Árabes Unidos, Egito, Catar e Arábia Saudita. No entanto, não há até agora indícios de que o presidente americano venha a assumir o mesmo ponto de vista deste grupo no sentido de assegurar um plano de paz para a Faixa de Gaza. Pelo contrário, Trump impôs impôs sanções ao presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.

Os Estados árabes querem que a Autoridade Palestiniana sofra essa reforma para garantir condições de liderar um Estado palestiniano e um novo mapa que exclua os novos colonatos israelitas e a anexação da Cisjordânia.

A Autoridade Palestiniana foi expulsa pelo Hamas da Faixa de Gaza em 2007, tendo mantido o poder apenas na Cisjordânia, mas já demonstrou interesse em governar todo o território palestiniano, Gaza incluído.

Benjamin Netanyahu já veio avisar que não haverá solução de "dois Estados" e membros radicais do seu governo pedem agora a anexação da Faixa de Gaza. Após os reconhecimentos oficiais do último domingo, Londres e Paris advertem Israel contra uma retaliação implicando novas anexações na Cisjordânia.
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