Gelo na Gronelândia está a derreter a um nível sem precedentes

por RTP
Lucas Jackson - Reuters

Um estudo publicado na revista científica Nature revela que o processo de degelo na Gronelândia acelerou substancialmente nas últimas décadas. Os investigadores alertam para o perigo da subida do nível da água do mar.

As camadas de gelo na Gronelândia estão a derreter a um nível sem precedentes. O estudo publicado esta quarta-feira na revista científica Nature alerta para as possíveis consequências rápidas do degelo da segunda maior área de gelo no mundo.

A equipa de investigadores analisou o fenómeno através de núcleos de gelo que permitiram chegar a dados relativos aos últimos 350 anos. De acordo com o estudo, 2012 foi o ano com piores resultados, com a maior intensidade de degelo da superfície.

Os dados recolhidos revelam ainda que o processo foi mais acelerado durante as últimas duas décadas, com “um aumento pronunciado da intensidade de derretimento de 250% a 575% nos últimos 20 anos, relativamente ao período de referência pré-industrial”.

O aumento da temperatura é apontado como a causa do derretimento das camadas de gelo da Gronelândia. O estudo alerta para a possibilidade de um aquecimento na temperatura, no futuro, causar danos mais significativos quando comparado com o passado.

Em comentário face às informações disponibilizadas no relatório, a coautora do estudo Sarah Das explicou, em declarações à Reuters, que “o que isto significa no futuro é que para cada novo grau de aquecimento, perderemos muito mais gelo”.

A superfície de gelo da Gronelândia tem a capacidade de aumentar o nível das águas do mar em cerca de sete metros. Os investigadores descrevem o manto de gelo como “um crescente contribuinte para a subida global do nível do mar, com a recente perda de massa de gelo dominada pelo escoamento superficial da água derretida”.

Em outubro, o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) disponibilizou um relatório no qual alertava para a necessidade da alteração de comportamentos até 2030, de forma a travar os danos causados pelo aquecimento global. Este documento estabeleceu como objetivo o limite do valor do aquecimento global a 1,5 graus Celsius em vez dos dois graus.
Tópicos
pub