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General norte-americano sublinha crescente potencial "para conflito internacional" de relevo

por RTP

O General Mark Milley e o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, apresentaram-se perante um comité pela primeira vez desde o início do conflito na Ucrânia. Os dois responsáveis do Pentágono revelaram que as ameaças da Rússia e da China continuam significativas. O chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos disse mesmo que há maior instabilidade e que o "potencial para um conflito internacional significativo está aumentando, não diminuindo".

Mark Milley afirmou que a invasão russa da Ucrânia é “a maior ameaça para a paz e segurança na Europa e, provavelmente, do mundo”, nos 42 anos que serve como militar, mas elogiou a forma como o mundo se uniu em defesa da Ucrânia.

"A invasão russa da Ucrânia ameaça minar não apenas a paz e a estabilidade europeias, mas a paz e a estabilidade globais que meus pais e uma geração de americanos lutaram tanto para defender", disse Milley, citado pela CNN.

"Estamos agora a enfrentar duas potências globais: China e Rússia, cada uma com capacidades militares significativas, ambas pretendem mudar fundamentalmente as regras baseadas na ordem global atual", acrescentou Milley.

"Estamos entrando em um mundo que está se tornando mais instável e o potencial para um conflito internacional significativo está aumentando, não diminuindo”.

Os deputados questionaram o envio de armas para a Ucrânia e sobre o que mais podia ser feito. "Como podemos ter certeza de que estamos fazendo absolutamente tudo o que podemos para ajudá-los?", perguntou o presidente do Comité, o democrata Adam Smith.

Austin disse que a NATO ainda está a discutir como deve reforçar sua presença permanente na Europa Oriental. "Se a NATO considerar apropriado mudar sua estratégia, certamente faremos parte disso", disse Austin, citado pela CNN.

Vários republicanos perguntaram a Milley e Austin se os EUA falharam em impedir o presidente russo, Vladimir Putin, de atacar a Ucrânia. Milley respondeu que não achava que Putin poderia ter sido dissuadido a menos que as forças americanas fossem enviadas da Ucrânia - um cenário que ele teria desaconselhado se tivesse sido proposto.

"Sinceramente, tirando o compromisso das forças militares dos EUA na Ucrânia propriamente dita, não tenho certeza se ele era “parável”. Este tem sido um objetivo de longo prazo que remonta há vários anos", disse Milley. Acrescenta que as sanções têm servido para impor custos significativos à Rússia pela sua agressão.

Austin acrescentou que se os EUA "colocassem forças na Ucrânia para lutar contra Putin, isso seria uma história diferente".

"Mas tomamos a decisão de que não faríamos isso e tomamos a decisão pelas razões certas, e eu apoio essas decisões", acrescentou.

Austin entrou em discussão com o deputado republicano Matt Gaetz. Gaetz acusou o Pentágono de "errar" ao prever que a Rússia invadiria a Ucrânia em poucos dias. "Já lhe ocorreu que a Rússia não invadiu a Ucrânia por causa do que fizemos e do que nossos aliados fizeram?" perguntou Austin. "Você já pensou sobre isso?

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